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Conceição na casa arrasada pela chuva: parede suspensa apenas por uma viga | Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo
Conceição na casa arrasada pela chuva: parede suspensa apenas por uma viga| Foto: Fotos: Albari Rosa/Gazeta do Povo

Desaparecidos

Corpo achado em rio não foi reclamado

O corpo encontrado por populares no início da noite de sexta-feira, no Rio Iguaçu, em Araucária (região metropolitana de Curitiba), ainda não foi reclamado no Instituto Médico Legal (IML) da capital, dificultando sua identificação. Uma possibilidade é a de que se trate de Fabio Baggio, que desapareceu junto com a noiva, Lisiane Brito, durante a forte chuva que caiu em Curitiba na quinta-feira. O carro onde eles estavam caiu em um riacho quando uma ponte no Campo Comprido foi arrancada pela enxurrada.

De acordo com um funcionário do IML, o rosto estava desfigurado, e por isso a estimativa de idade não pode ser feita com precisão. A vítima teria entre 20 e 40 anos. O mesmo funcionário afirmou que se trata de um homem com cabelos e olhos castanhos, 1,85 metro e 95 quilos. No entanto, o Corpo de Bombeiros não confirmou se essa descrição bate com a de Baggio.

Enquanto o corpo que está no IML não é identificado, as buscas pelo casal continuam. Há duas equipes dos Bombeiros trabalhando, uma no Campo Comprido e outra em Araucária.

Tatiana Duarte

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Conceição Gomes dos Santos Silva, 60 anos, não conseguiu dormir nas duas últimas noites. Não sem motivo. Passava pouco das 20h30 de quinta-feira, a água já atingia um metro na parede da cozinha e todos tentavam tirar o que podiam quando ouviram um estrondo nos fundos da casa. Mal começava o temporal que se abateu sobre Curitiba. A pressão da água derrubou a parte inferior de uma parede inteira de alvenaria, de seis metros de extensão, que ficou suspensa apenas por uma desgastada viga de concreto.Àquela altura, todos os vizinhos já estavam nas vielas que cortam o Bolsão Ulisses Gui­ma­rães, na região do Pinheirinho. Estavam mais seguros ao relento do que dentro de casa. Não houve quem conseguisse dormir, até porque não havia mais casa onde repousar. A maioria perdeu tudo o que tinha dentro de casa. Na ma­­nhã seguinte a De­­fesa Civil instalou oito vigas de madeira para sustentar provisoriamente o teto da casa de Con­ceição até a Companhia de Ha­­bitação de Curi­­tiba (Cohab) reerguer a parede.A filha de Conceição havia acabado de comprar uma cozinha, fogão e televisão. Pagou a primeira prestação, de R$ 180, e restam mais quatro de R$ 119. A geladeira foi resgatada quando estava sendo arrastada pela correnteza. Conceição mora ali há sete anos com mais seis pessoas da família. Ela é uma das moradoras do Bolsão Ulisses Guima­rães que aguardam a prometida casa própria que a Cohab está construindo com recursos do Programa de Aceleração do Cres­cimento, o PAC da Habitação. Mas, apesar dos riscos, ela terá de ter paciência.Há um mês a Gazeta do Povo mostrou que só 28% dos conjuntos residenciais estão prontos. E isso incluindo as obras de aterramento, terraplenagem, abertura de ruas e as casas já erguidas. Das 2.612 unidades previstas, só 221 estão concluídas, ou 8,5% do total. Futuros beneficiados reclamam que o PAC da Habitação segue mais o calendário político que o da necessidade. Os recursos estão disponíveis desde abril de 2008 para a construção de casas, relocação e regularização de áreas beneficiadas pelo programa e a responsabilidade pela execução é da Cohab.A Relatoria Especial da Câmara Municipal que investiga o atraso em obras do PAC Habitação em Curitiba convocou o presidente da Cohab, Mounir Chaowiche, para reunião em caráter emergencial nesta segunda-feira. Os vereadores vão pedir esclarecimentos e cobrar providências para o atendimento de famílias residentes em áreas de risco e contempladas pelo PAC da Habitação. "Visitamos al­­gumas comunidades e a queixa é a mesma: o atraso nas obras impede a relocação das famílias que ainda alegam não ter informações precisas sobre o processo", diz o vereador Pedro Paulo (PT).

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