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Buscas nos destroços deixados pela chuva em Nova Friburgo continuam, assim como em toda a região serrana do Rio. Pelo menos 541 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com o Ministério Público | Ricardo MoraesReuters
Buscas nos destroços deixados pela chuva em Nova Friburgo continuam, assim como em toda a região serrana do Rio. Pelo menos 541 pessoas continuam desaparecidas, de acordo com o Ministério Público| Foto: Ricardo MoraesReuters

Pinhais terá 634 casas

A Companhia de Habitação do Paraná vai construir 634 casas em Pinhais, na região metropolitana de Curitiba, que receberão famílias que vivem em áreas de risco às margens dos rios Atuba e Palmital. O investimento será de R$ 15,8 milhões e a ordem de serviço foi assinada ontem. A obra é uma parceria dos governos estadual e federal, por meio do Programa de Ace­­leração do Crescimento (PAC) para Urbanização de Favelas e Habi­­ta­­ção, e com a prefeitura de Pinhais. O município está recebendo investi­­mentos do PAC no valor de R$ 40,4 milhões. A contrapartida do governo do Paraná é de R$ 10,2 milhões. O programa, iniciado em 2007, deve beneficiar 1.640 famílias com construção de casas, implantação de infraestrutura e melhorias e regularização fundiária, que vai atender 893 famílias dos bairros Vila União, Renato Bonilauri, Tiradentes e Palmital. Os recursos também serão usados na recuperação ambiental das áreas ocupadas irregularmente às margens do Rio Atuba, que terá dois parques lineares, com infraestrutura de lazer, em uma área total de 562.379 metros quadrados.

R$ 450 mil são doados ao Rio por europeus

São Paulo - A União Europeia (UE), por meio da Comissão Europeia, vai doar 200 mil euros – cerca de R$ 450 mil –, durante seis meses, em ajuda humanitária para as vítimas das chuvas na região serrana do Rio de Janeiro. A colaboração é imediata e tem um caráter emergencial, segundo as autoridades.

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Um balanço feito com dados das defesas civis dos quatro estados brasileiros mais castigados por temporais desde dezembro do ano passado mostra que 885 pessoas morreram por causa das chuvas em Minas Gerais, São Paulo, Rio de Janeiro e Santa Catarina. Número que tende a aumentar, já que pelo menos 541 pessoas continuam desaparecidas depois da enxurrada que varreu a região serrana do Rio de Janeiro. Esse é o resultado de uma tragédia anunciada que poderia ter sido minimizada, poupando centenas de vidas.

Para o presidente do Conselho Regional de Arquitetura, Engenha­­ria e Agronomia do Rio de Janeiro (Crea-RJ), Agostinho Guerreiro, 80% das 838 mortes na região serrana do Rio seriam evitadas se as prefeituras das cidades afetadas respeitassem a legislação ambiental do país. "Técnicos apuraram que o desmatamento fez a velocidade da cabeça-d’água atingir mais de 100 km/h em alguns trechos", afirmou ontem, ao apresentar um estudo feito na área.

O documento recomenda a retirada da população de morros com inclinação superior a 45 graus, o que caracteriza crime ambiental. O Crea-RJ sugere ainda um conjunto de obras de baixo custo para evitar a repetição da tragédia. "São intervenções simples nas encostas e pequenas barragens no alto dos rios para controlar a velocidade e o volume das águas", disse Guerreiro. Nos rios, os engenheiros sugerem pequenas e médias barragens nas nascentes.

Além da negligência do poder público sobre a ocupação de morros, as moradias nas margens dos rios também foram consideradas agravantes para a tragédia. O relatório indica que as habitações favoreceram a erosão e o assoreamento, que agravaram o transbordamento dos rios.

Nova Friburgo, que enfrenta uma das piores situações no Rio, tem um exemplo de que mortes poderiam ser evitadas. Uma ação civil pública ajuizada pelo Ministério Público (MP) em 2009 tentava minimizar a tragédia anunciada. A ação mencionava o risco de deslizamentos, desabamentos e inundações na comunidade bairro Floresta. Uma liminar do mesmo ano determinava o levantamento das áreas de risco no município. Entretanto, o MP afirma não ter notícias de que a decisão teria sido cumprida até hoje. Somente após as tragédias algumas casas estão sendo demolidas.

Segundo a Defesa Civil do Rio, mais de 20 mil pessoas estão desalojadas e desabrigadas em apenas sete municípios da região – Petrópolis, Teresópolis, Nova Friburgo, Bom Jardim, São José do Vale do Rio Preto, Areal, e Sumi­­douro. Ao todo, 72.355 pessoas foram afetadas pelas chuvas, segundo o órgão.

Santa Catarina

Um a cada quatro municípios catarinenses foi prejudicado pelas chuvas que atingem o estado desde o início da última semana. Ao todo, 73 das 293 cidades foram afetadas pelos temporais – 60 decretaram situação de emergência e Mirim Doce está em estado de calamidade pública. Segundo a Defesa Civil catarinense, quase 26 mil pessoas continuavam alojadas ontem em casas de parentes ou abrigos provisórios. São 921 mil catarinenses afetados de alguma forma.

Até ontem, os prejuízos causados pelas chuvas em Santa Catarina superavam R$ 413 milhões, segundo o secretário estadual de Infraestrutura, Valdir Cobalchini. Até agora foram anunciados R$ 80,6 milhões para obras emergenciais e R$ 333 milhões devem ser repassados aos municípios atingidos.

Minas Gerais

Já em Minas Gerais, o número de cidades em emergência por causa da chuva chega a 102. Itama­­randiba, no Vale do Jequiti­­nhonha, e Soledade de Minas, no sul do estado, foram as últimas cidades a decretar a situação. Na primeira, seis pontes foram destruídas e 20 danificadas. O prejuízo no município é estimado em R$ 1,5 milhão.

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