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"No começo, os lotes eram de oito por 20 metros. Depois, caíram para sete por 14. Agora, já estão em sete por sete." A declaração é de uma mulher que participou da invasão de um dos três terrenos ocupados atualmente no bairro Santa Quitéria, em Curitiba. Segundo ela e outros invasores ouvidos pela reportagem, o tamanho dos lotes está diminuindo porque os coordenadores da invasão estariam cobrando para incluir outras pessoas no cadastro.

"Cobram cenzão (R$ 100) e diminuem os lotes", afirmou um carrinheiro. Eles pediram para não ter os nomes revelados, por temerem represálias. Ao tentar conversar com os coordenadores, a reportagem foi informada de que "não há líderes" nas invasões.

A situação levou o Centro de Apoio Operacional das Promotoristas de Defesa do Consumidor, órgão do Ministério Público do Paraná, a instalar um procedimento para investigar a situação. O vereador Tico Kuzma (PPS) pretende levar a discussão para a Câmara Municipal de Curitiba. "Vou propor uma investigação. Está me parecendo que tem alguma coisa estranha por trás dessas invasões. Parece que são orquestradas", afirmou o vereador, que preside a Comissão de Segurança Pública e Cidadania da Câmara. "Temos que pensar na segurança de quem vive nessas áreas. Geralmente há marginais que se infiltram neste meio."

A Central de Movimentos Populares e o Movimento Nacional de Luta pela Moradia (MNLP) informaram desconhecer a nova onda de invasões em Curitiba. A Copel, por meio de sua assessoria, informou que vai procurar uma maneira de desocupar sua área no Santa Quitéria, onde passa uma linha de alta tensão. Os responsáveis pela massa falida das construtoras envolvidas não foram encontrados para comentar o assunto. (JML)

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