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O desembargador Ivo de Almeida, que atuava como corregedor dos presídios de São Paulo durante a rebelião que terminou com 111 presos mortos no Carandiru em 1992, afirmou hoje (30) que "houve tentativas de negociação, mas não conseguimos sucesso. Daí, a necessidade da invasão".

A afirmação de Almeida foi feita ainda na primeira etapa do júri, em abril deste ano, e transmitida novamente em vídeo, no plenário do Fórum da Barra Funda (zona oeste), na tarde de hoje. Esse já é o segundo dia, da segunda etapa do julgamento.

"Com a informação de que estava havendo acerto de contas, nossa preocupação era isolar essa situação (...) Não imaginávamos que a rebelião terminaria em 111 mortes", completou Almeida. "Se houve excesso, não posso afirmar. Mas o nosso objetivo não era esse, pois não havia precedentes."

Antes da transmissão do depoimento de Almeida, já tinham sido ouvidos o ex-governador Luiz Antonio Fleury Filho, o ex-secretário Pedro Campos e duas testemunhas protegidas. O vídeo de um outro desembargados também deve ser transmitido ainda hoje.

Durante o depoimento das testemunhas sigilosas. Os jornalista e o restante do público foram retirados da sala. A imprensa pediu acesso ao conteúdo do que essas testemunhas disseram, mas o juiz Rodrigo Tellini de Aguirre Camargo se recusou a passar, pois disse que eles poderiam ser reconhecidos pelo que disseram.

Nessa segunda etapa do júri, estão sendo julgados 25 policiais militares. Inicialmente, foi informado que eram 26, mas o Tribunal de Justiça corrigiu a informação e afirmou que um dos acusados morreu antes do julgamento. Dois réus não compareceram porque estão doentes.

Na primeira etapa, em abril, foram julgados outros 26 PMs, sendo que 23 foram condenados a mais de 150 anos de prisão. Três deles foram absolvidos a pedido do Ministério Público. Dois porque não havia indícios da participação deles no massacre e um porque teria agido em outros andar do presídio.

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