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A tentativa de socorro ao bebê de nove meses, após o rompimento de um cabo elétrico de média tensão, causou a morte de três das quatro pessoas que ajudaram no resgate na noite deste domingo (3). O acidente que ocorreu no município de São Gonçalo, na região metropolitana do Rio, também deixou uma mulher ferida.

Segundo testemunhas, o bebê estava dentro de um carro que foi atingido por um fio de média tensão que se rompeu depois de um curto-circuito.

Após a queda, o irmão de 13 anos tentou retirar a criança do veículo e acabou sendo eletrocutado juntamente com outro menor. O avô e o pai também tentaram prestar socorro, mas também acabaram se ferindo. Os quatro morreram no local.

A avó, que também participou da tentativa do resgate, foi eletrocutada mas sobreviveu. Ela foi socorrida e levada para o Hospital Azevedo Lima, em Niterói.

As quatro vítimas foram enterradas na tarde desta segunda-feira (4), também na região metropolitana do Rio.

De acordo com a Ampla (Concessionária que administra o fornecimento de energia elétrica na região), o curto-circuito que causou o rompimento do cabo ocorreu devido ao choque de um objeto na rede elétrica.

A Polícia Civil afirmou as investigações vão apurar as circunstâncias do fato. A perícia já foi realizada no local. Testemunhas estão sendo ouvidas e os agentes estão à procura de câmeras de segurança que possam ajudar nas investigações. Os policiais afirmaram aguardam a melhora no quadro de saúde de uma vitima sobrevivente para ser ouvida.

O Procon-RJ (órgão de defesa do consumidor do estado) autuou a concessionária por falta de segurança. A Ampla terá 15 dias para explicar o ocorrido, caso as explicações não sejam aceitas a empresa poderá ser multada pelo órgão.

A reportagem entrou em contato com a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica), que fiscaliza as concessionárias, mas não obteve resposta até a noite desta segunda.

Em 2013, o governo do Rio chegou a anunciar que a Agenersa (Agência Reguladora de Energia e Saneamento Básico) passaria a fiscalizar as concessionárias do Estado, mas três anos após o anúncio, a fiscalização não começou.

Resgate correto

De acordo com Antônio Carlos Siqueira, que é professor do Programa de Engenharia Elétrica da Coppe/UFRJ, as mortes ocorreram devido ao erro no resgate do bebê. “A tentativa de tirar a criança do carro furou a blindagem de proteção que é feita pelos pneus. Mesmo com o fio encostando no veículo o bebê não corria risco. Porém ao encostarem na lataria criaram uma ponte com o solo”, afirmou o professor.

Ainda segundo o Siqueira, o resgate deveria ter sido feito de outra forma. “Na hora devem ter agido por impulso, mas nessa situação deveriam ter ligado para Ampla, cortado o fornecimento de energia, esperado o carro descarregar e só depois retirar a criança. Na situação ela era a que estava mais segura.”

Ele também afirma que o rompimento do cabo que atingiu o veículo pode ter ocorrido devido a falta de manutenção.

“O condutor fica exposto ao tempo e se desgasta com a chuva e calor, sem a manutenção devida pode se romper”, disse o professor.

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