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Rio – O caos esvaziou as ruas do Catumbi, impediu sepultamentos e velórios no cemitério e parou o trânsito na região próxima do Túnel Santa Bárbara, uma das principais ligações entre o centro e a zona sul do Rio. A guerra do tráfico deixou pelo menos 19 mortos ontem no Rio, em dois tiroteios. No caso mais grave, uma disputa por pontos-de-venda de drogas durou seis horas e resultou na morte de 13 criminosos do Morro da Mineira. Outros cinco bandidos foram feridos e 11 acabaram presos. Mais cedo, em um confronto em Senador Camará, na zona oeste, a polícia matou seis traficantes. Cerca de 50 homens armados das Favelas do Juramento, Alemão, Mangueira e Fallet, todas dominadas pelo Comando Vermelho (CV), invadiram o Morro da Mineira, na região central, para tomar os pontos-de-venda de droga da facção Amigos dos Amigos. Rechaçados pelos rivais, nove dos invasores morreram. O restante tentou fugir pelo Cemitério do Catumbi e quatro foram mortos pela polícia. Investigadores interceptaram outros 11.

A guerra entre os traficantes começou por volta das 4 horas, mas a tropa de elite da PM só chegou ao local às 7h30. Começou então um violento tiroteio no asfalto, entre policiais e traficantes, uns atirando do alto do morro e outros tentando escapar pelo cemitério. Houve três vítimas de balas perdidas: Jorge Henrique Cruz dos Santos foi atingido por um tiro de fuzil de raspão na cabeça, dentro de um ônibus. "As pessoas se abaixaram, eu virei de lado e a bala passou. Se não, tinha entrado na cabeça." Atingido no tórax, Diego Felipe Lima, de 22 anos, passou por uma cirurgia. O feirante Reginaldo da Silva, de 37 anos, foi baleado na barriga, está internado, mas não corre risco de vida.

Horas antes, seis traficantes da Favela do Rebu, na zona oeste, morreram em troca de tiros com PMs. O tiroteio começou por volta das 23 horas de segunda-feira, quando os criminosos saíram do Rebu para praticar crimes na região. Eles estavam em um carro roubado quando foram parados pelos soldados.

O governador Sérgio Cabral parabenizou a polícia pela intervenção no caso e disse que não empregaria o Exército – cuja intervenção já pediu – numa situação crítica como a de hoje, mas no patrulhamento de ruas. "As Forças Armadas não são para esse tipo de operação."

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