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Reencontro: capitão Novochadlo, dos bombeiros, e Gomes Júnior, uma das vítimas | Valterci Santos/Gazeta do Povo
Reencontro: capitão Novochadlo, dos bombeiros, e Gomes Júnior, uma das vítimas| Foto: Valterci Santos/Gazeta do Povo

Onde ficava o Edifício Atlântico resta apenas mato. Os vizinhos se revezam na limpeza do local para a própria segurança e não negam que para eles o local é um incômodo. Para os proprietários dos apartamentos destruídos, também. O terreno, estigmatizado pelas 29 mortes, desvalorizou.

Corretores de imóveis consultados pela Gazeta do Povo afirmam que o valor real do terreno de esquina é estimado em R$ 200 mil. Pela tragédia, dificilmente será negociado por mais de R$ 150 mil. Até porque o possível comprador teria de en­­­frentar um longo processo de compra com os proprietários. Al­guns deles morreram no acidente, outros teriam de discutir o espólio.

Para a vizinhança, a prefeitura de Guaratuba devia assumir a responsabilidade pelo local. "Tive de cercar os fundos para que alguns indivíduos deixassem de usar o terreno para usar drogas e jogar lixo", diz o controlador de voo aposentado Mário Cézar Pereira, mo­­rador do sobrado ao lado. "O jeito é desapropriar, fazer uma praça, um memorial. Ou, pelo menos, a prefeitura devia fazer a manutenção", fala o engenheiro eletricista João Vidal, de Curitiba, dono de uma casa próxima ao terreno.

"Eu só queria esquecer tudo isso e tocar minha vida. Mas todo ano sou lembrado, quando recebo o IPTU", diz o síndico do Edifício Atlântico, Alcyon Pires Gomes Júnior. Ele quita o imposto anualmente. Outros proprietários preferiram desconsiderar a cobrança e acumular dívidas pú­­blicas.

O diretor de Urbanismo de Gua­­ratuba, Sérgio Luiz Sidor, diz não saber se há alguma proposta da prefeitura para o lugar. "Quanto à dívida dos donos dos apartamentos, é difícil isentar o IPTU. Seria interessante que eles formalizassem um pedido de perdão do débito para estudarmos a possibilidade", afirma.

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