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Pagar menos pela programação de tevê a cabo pode sair mais caro do que se imagina: quem contrata um serviço pirata pode ser indiciado por crime de receptação, cuja pena chega a quatro anos de prisão. E o risco de pessoas idôneas serem enganadas e terem problemas com a justiça por causa da irregularidade tem aumentado.

Antes, o contratante sabia que estava praticando uma irregularidade – geralmente recebia a visita de um "técnico" e pagava uma única parcela pelo aparelho decodificador. Mas a descoberta de uma empresa que vendia sinais piratas em Curitiba, na semana passada, mudou esse quadro. A empresa, que pirateava a programação de três operadoras, era registrada, cobrava mensalidades e fornecia até recibos. Pelo menos 230 pessoas foram enganadas e podem ser indiciadas por receptação.

Policiais do 11.° Distrito de Curitiba chegaram à empresa FAO System a partir de informações repassadas pela operadora TVA. Foram presos os proprietários, Odinei Amâncio Fidêncio, 34 anos, e Michele Coelho de Souza, 28, e o técnico em eletrônica Carlos Eduardo Wutzkiewicz, 47. Com sede no bairro Vila Guaíra, a FAO System atendia 230 apartamentos nos conjuntos habitacionais Visconde de Mauá I e Rondon, na Cidade Industrial de Curitiba (CIC), mas dispunha de tecnologia suficiente para atender até 600 pessoas, segundo os policiais.

O que chamou a atenção foi a estrutura da empresa e o fato de o delegado do 11.° Distrito, Gérson Machado, ter indiciado a síndica do condomínio Visconde de Mauá I, Leila Mostardeiro Gaertner, 56 anos. "Ela é a autoridade máxima do prédio e também era beneficiária", afirma o delegado, que não descarta a possibilidade de mais pessoas serem indiciadas. "Pode ser que o Ministério Público determine que todos sejam indiciados por receptação. Foi o maior golpe de furto de sinal de que já se teve notícia no Paraná."

Leila diz não sabia que a empresa era de fachada. Segundo ela, a prestação de serviço era feita a cada apartamento, e não ao condomínio. "Não tenho culpa. Sou vítima como os outros moradores", garante.

Leia a reportagem completa no site da versão impressa do jornal Gazeta do Povo (conteúdo restrito para assinantes)

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