Responsável pela reviravolta nas investigações do desaparecimento de Eliza Samudio, o menor de 17 anos que denunciou o envolvimento do goleiro Bruno à polícia ainda não recebeu visitas, depois de quatro dias apreendido. Sem conseguir contato com ele, o tio do adolescente, que contou da participação do menino à imprensa, teme pela vida do jovem.

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"Estou com medo porque ele pode estar pensando que os parentes não ligam para ele, que eu abandonei ele. Ele falou em se matar. Meu medo é esse. Estou desesperado", afirmou o tio, que, após sofrer ameaças, pediu para não ser identificado.

Nesta sexta-feira (9), o Ministério Público do Rio pediu proteção policial ao motorista de ônibus, que continua dormindo fora de casa com medo de possíveis represálias. Ele contou que tenta visitar o sobrinho desde quinta-feira (8), quando o jovem foi levado para o Centro de Recursos Integrados de Atendimento ao Adolescente (CRIAAD), na Ilha do Governador.

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Pais não têm dinheiro para ir de BH ao RioDe acordo com o motorista, os pais do menor estão em Belo Horizonte, junto com o restante da família, na expectativa de que o adolescente seja transferido. "A mãe dele não tem dinheiro para ficar vindo ao Rio", disse.

Neste sábado, ele disse que tentou mais uma vez ver o sobrinho. "Fui levar a bíblia para ele, mas não consegui", contou o tio, que tem receio até de voltar em casa para pegar mudas de roupa.

O adolescente foi detido na terça-feira (6) e levado para Minas Gerais para ajudar a polícia a localizar o local onde o corpo de Eliza teria sido enterrado. Ele voltou para o Rio na quarta-feira (7).

Juiz diz não pretender autorizar a transferência

Neste sábado, o juiz Marcius Ferreira, da Vara da Infância e Juventude do Rio de Janeiro, declarou que não pretende autorizar a transferência para Minas Gerais do menor. No entanto, segundo ele, o pedido oficial da Justiça mineira para transferi-lo não havia chegado.

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De acordo com o Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), o menor de idade deve "permanecer internado na mesma localidade ou naquela mais próxima ao domicílio de seus pais ou responsável" e também "receber visitas, ao menos semanalmente".

Adolescente tentou proteger Bruno em depoimento à polícia

O motorista de ônibus contou ainda que o adolescente, para proteger Bruno, não disse à polícia que sabia que o goleiro estava no sítio dele, em Minas Gerais, quando Eliza foi levada para o local.

"Ela achava que ia perder toda a regalia que o Bruno ofereceu a ele, por isso que ele aliviou ele no depoimento", explicou o tio, afirmando que o atleta sustentava o jovem.

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