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Depois de um dia quente no Rio de Janeiro, choveu de forma moderada na Barra da Tijuca, na Zona Oeste, na noite de sábado (9). No Recreio, houve registro de chuva muito forte. Em 15 minutos, segundo o sistema Alerta Rio, os pluviômetros marcaram 15,6 mm de chuva. Houve registro de chuva muito forte em Anchieta, na Zona Norte, e de chuva forte em Irajá, Jacarepaguá e Madureira. Na Ilha do Governador também choveu. E, na região do Centro e da Zona Sul, foi possível ouvir trovões. Raios caíram no Centro e na Zona Norte. De acordo com o Centro de Operações Rio, todo o município do Rio entrou em estágio de atenção às 19h55m deste sábado. Núcleos de chuva vindos da Baixada Fluminense podem ocasionar pancadas isoladas de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas.

Algumas áreas do bairro de Vila Isabel, na Zona Norte, estiveram sem luz na noite deste sábado. Os trechos atingidos pela queda de energia encontraram-se perto da Uerj e do Maracanã. A luz parou às 20h. Segundo a Light, técnicos estiveram no local para solucionar o problema. A Ilha do Governador também passou pela mesma situação. Por volta das 19h, trechos do bairro Jardim Guanabara estavam sem energia.

Desde as 17h deste sábado, já estavam em estágio de atenção a Bacia da Baía de Guanabara, que engloba as áreas do Centro, Zona Norte, Ilha do Governador e subúrbios da Central e Leopoldina; e a Bacia da Baía de Sepetiba, que corresponde à Zona Oeste do município. O estágio de atenção é o segundo nível em uma escala de quatro e significa a possibilidade de chuva moderada, ocasionalmente forte, nas próximas horas.

Na Baixada Fluminense, houve registro de chuva intensa. Alguns trechos próximos à Rua Polinésia, no bairro de Jardim Olímpo, em Duque de Caxias, estiveram sem luz. A Light informou que estava ciente e que faria reparos no local.

Já na Região Serrana, também foi registrada chuva forte em Petrópolis nesta noite, e o Rio Quitandinha encontrava-se em estágio de alerta, segundo Instituto Estadual do Ambiente (Inea).

Na última terça-feira, o temporal que caiu sobre o Rio deixou cinco mortos. O corpo de Lucas Alex Garcia, de 15 anos - que caiu em um valão em Cordovil durante a forte chuvas que atingiu o Rio - só foi encontrado por moradores na manhã de quinta-feira. Outra vítima é a polonesa Magdalena Teresa Rosa, de 32 anos, que estava grávida de um mês e meio e morreu a 50 metros do hotel onde estava hospedada, na Rua Bento Lisboa, no Largo do Machado, na Zona Sul do Rio. Segundo um parente do marido de Magdalena, que não se identificou, ela pisou numa poça, em que tinha um fio, próximo a uma banca de jornal, quando sofreu a descarga elétrica e morreu. A mãe da vítima está vindo da Polônia, e a intenção da família é cremar o corpo no Brasil.

A vendedora de doces Raimunda Neves da Silva, de 58 anos, foi outra vítima eletrocutada na noite de terça-feira devido às chuvas. Segundo o filho de Raimunda, Leandro Neves, de 26 anos, a mãe estava em uma banca de jornal quando tentou puxar uma carroça de doces na Rua do Catete por volta das 21h. Ela caiu eletrocutada imediatamente. Raimunda tinha três filhos e um neto, e morava na Rua Pedro Américo, no Catete.

Em Jacarepaguá, na Zona Oeste, o vigia José Rodrigues da Silva, de 48 anos, morreu após uma árvore - derrubada por um raio - cair sobre ele na Estrada do Camorim. Ele sofreu fratura no crânio, ação contundente e laceração de encéfalo. Segundo o sobrinho da vítima, Ernando Rodrigues Ferreira, de 25 anos, ele deixa sua esposa e duas filhas, de 14 e 8 anos. José era morador da Rocinha e trabalhava como vigilante na empresa de cimento onde morreu. O corpo do vigia foi encontrado por um amigo por volta das 22h de terça-feira.

Na Baixada Fluminense, agentes da Defesa Civil confirmaram a morte de um homem, vítima de um desabamento no bairro Lote 15, em Belford Roxo.

Pelo menos três pessoas ficaram feridas por causa de desabamentos causados pelo temporal que atingiu o Rio nesta terça-feira. A queda de uma marquise na Rua Hadock Lobo feriu dois idosos. Conceição da Silva, de 65 anos, e um homem sem identificação foram levados para o Hospital Souza Aguiar. Em Vigário Geral, uma casa desabou e feriu Adriana Ferreira da Silva, de 38 anos. Ela foi levada para o Hospital Getúlio Vargas. Todos os atendimentos foram realizados pelos bombeiros.

Quando o dia amanheceu quarta-feira, o cenário no Rio ainda era de uma cidade revirada pelo temporal de terça-feira. Em áreas reféns há anos de enchentes, como Tijuca, Praça da Bandeira, Centro, Lapa, Glória, Catete e Laranjeiras, o que se via era um rastro de destruição, sujeira e muito prejuízo. Moradores e comerciantes limpavam a lama que invadiu os prédios. Ainda havia bolsões d'água em vias importantes, como a Avenida Francisco Bicalho, no Centro. Nuvens de poeira tomavam o entorno dos Arcos da Lapa e as ruas de Laranjeiras. Árvores caídas atrapalhavam o trânsito. E faltou energia ao longo do dia em trechos de 12 bairros.

Com a cidade amargando as consequências do caos, o prefeito Eduardo Paes admitiu que o Rio enfrentou mal o temporal, embora considere que já avançou nas operações de socorro. Segundo ele, além das enchentes da Praça da Bandeira, que só serão resolvidas com as obras de reservatórios e os desvios dos rios Joana e Maracanã, previstos para o primeiro semestre de 2014, a cidade sofreu com o entupimento de bueiros, provocado por lixo. Paes alegou que a chuva pegou a coleta noturna da Comlurb ainda em andamento, levando a sujeira para as galerias pluviais. O entupimento dos bueiros teria sido responsável, por exemplo, pelo bolsão d´água no Aterro do Flamengo que ajudou a dar um nó no trânsito.

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