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Curitiba – Os dois principais candidatos ao posto de presidente do Brasil têm seu grupo de colaboradores de confiança. A seleção de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a de Geraldo Alckmin (PSDB), para usar uma linguagem futebolística como faz o petista, têm pessoas que vão ser importantes na hora do concorrente vencedor montar sua equipe de governo.

O time de conselheiros de Lula mudou muito nos últimos anos. Da equipe que cercava o petista quando ele ganhou a eleição de 2002, muitos caíram em desgraça e foram afastados. A maioria ligada ao PT paulista. Vamos aos nomes principais: José Dirceu, José Genoíno, Delúbio Soares e Luiz Gushiken, que foram afastados por causa do suposto envolvimento deles no escândalo do mensalão.

Antônio Palocci foi acusado de mandar bisbilhotar e vazar informações sobre a conta bancária do caseiro que testemunhou que ele freqüentava uma casa suspeita em Brasília, mantida por empresários de Ribeirão Preto (SP). Recentemente, foi a vez de Ricardo Berzoini, na crise da compra do dossiê contra tucanos.

No escrete lulista atual ganharam ou mantiveram força alguns paranaenses, como Gilberto Carvalho, Paulo Bernardo e Jorge Samek. O presidente também se aproximou de Nelson Jobim, do PMDB, e manteve o apoio de Ciro Gomes (PSB) e Aldo Rebelo (PC do B). Na crise política que se abateu sobre Lula, Dilma Rousseff, Tarso Genro e Luiz Dulci, petistas históricos, não foram afetados e mantêm grande influência sobre o presidente.

Já na equipe de confiança de Geraldo Alckmin aparecem o governador da Bahia, Paulo Souto, o presidente do PSDB, Tasso Jereissati, dois deputados federais paulistas: Carlos Sampaio e Júlio Semeghini, além da candidata ao governo do Rio Grande do Sul Yeda Crusius. Aliás, Alckmin já declarou que tem uma dívida de gratidão com Yeda e Paulo Souto, por eles terem apoiado sua candidatura na disputa com José Serra.

O lançamento da candidatura de Alckmin dividiu o PFL, partido que faz parte da coligação Por um Brasil decente. Uma ala do PFL não queria o tucano como postulante à Presidência. Por isso os pefelistas ligados aos senadores Marco Maciel e Jorge Bornhausen ganharam a confiança de Alckmin e vão ter força num eventual governo do tucano. A ala indicou o nome José Jorge para ser vice.

Na seleção do tucano aparece apenas um paranaense: o economista Yoshiaki Nakano, que nasceu em Maringá, mas está radicado em São Paulo há anos, onde foi secretário estadual da Fazenda.

Uma curiosidade: a história de Nakano é inversa ao de Paulo Bernardo, ministro do Planejamento de Lula. Bernardo nasceu em São Paulo, mas mora em Londrina. É deputado federal eleito pelo Paraná.

Para o cientista político Bruno Reis, professor da Universidade Federal de Minas Gerais, quem sobreviveu no grupo próximo de Lula, depois dos recentes escândalos, vai ter força se o presidente foi reeleito. "Os poderosos de 2003 estão relegados", afirma. No caso de Alckmin, Reis diz acreditar que o tucano enfrentará uma animosidade dentro do PSDB, já que ele não era o candidato favorito para boa parte dos caciques do partido. "Ele vai ter trabalho para costurar e formar uma unidade no PSDB", diz o cientista político.

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