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Tornado que atingiu Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, é comum  na região Sul. | Julio Cavalheiro/Secom
Tornado que atingiu Xanxerê, no Oeste de Santa Catarina, é comum na região Sul.| Foto: Julio Cavalheiro/Secom

A força dos ventos é assustadora, os estragos deixados pela ventania chocam, mas tornados, como o que atingiu a cidade catarinense de Xanxerê durante o feriado, não são um fenômeno recente ou incomum no Brasil. Foram ao menos 205, entre 1990 e 2011, de acordo com estudo feito pelo geógrafo Daniel Cândido em seu doutorado na Unicamp. Outra pesquisa, essa desenvolvida no Instituto Federal de Santa Catarina (IFSC), aponta que 77 atingiram municípios catarinenses entre 1976 e 2009.

Entenda como um tornado é formado e porque o fenômeno é comum na região Sul

“Esse fenômeno faz parte da climatologia da região Sul e do Centro-Sul do país. O que ocorre é que antes não havia tanta tecnologia disponível para registrá-lo. Além disso, as cidades estão maiores, ocupando áreas que antes eram rurais e que, se atingidas por tornados, geravam um impacto menor”, afirma a pesquisadora Marcia Fuentes, do IFSC.

  • Chuva acompanhada de rajadas de vento, que chegara a 84 km/h, causaram mortes e estragos em Xanxerê.
  • De acordo com o Corpo de Bombeiros, cerca de 40% das casas da cidade sofreram danos.
  • Duas pessoas morreram na tempestade e pelo menos 120 ficaram feridas. O número de desabrigados ainda não foi contabilizado.
  • Meteorologistas analisam imagens do momento da chuva para checar se há a possibilidade de um tornado ter atingido a cidade.
  • Mais de 2.600 casas foram atingidas em Xanxerê.
  • A situação define um tornado de grau 1 (a escala que mede a destruição de tornados vai de zero a 5).
  • O meteorologista do Inmet afirma que o instituto tinha alerta de tempestade para a região atingida, mas ressalta que o tornado é um fenômeno difícil de prever.
  • O temporal destelhou e partiu residências, arrancou árvores e fios elétricos e deixou as ruas da cidade de 49 mil habitantes repletas de destroços.
  • A estação meteorológica da Inmet em Xanxerê -- que fica a quilômetros da área central da cidade atingida -- marcou ventos de até 84 km/h.
  • De acordo com a Defesa Civil, sete bairros estavam no caminho do tornado, que deixou um rastro de destruição.
  • O vento atingiu outras 12 cidades com menor impacto.
  • O vento atingiu outras 12 cidades com menor impacto.
  • Os ventos derrubaram cinco torres de transmissão que saem da subestação de Xanxerê, deixando 14 cidades próximas sem luz.
  • Duas pessoas morreram na tempestade e pelo menos 120 ficaram feridas. O número de desabrigados ainda não foi contabilizado.
  • Chuva acompanhada de rajadas de vento, que chegara a 84 km/h, causaram mortes e estragos em Xanxerê.
  • Meteorologistas analisam imagens do momento da chuva para checar se há a possibilidade de um tornado ter atingido a cidade.
  • Mais de 2.600 casas foram atingidas em Xanxerê.
  • O meteorologista do Inmet afirma que o instituto tinha alerta de tempestade para a região atingida, mas ressalta que o tornado é um fenômeno difícil de prever.
  • A situação define um tornado de grau 1 (a escala que mede a destruição de tornados vai de zero a 5).

O professor de Francisco de Assis Mendonça, do Departamento de Geografia da Universidade Federal do Paraná, descarta uma relação direta entre o aquecimento global um possível aumento no número de tornados registrados no país. “O Paraná e Santa Catarina estão numa área de instabilidade atmosférica onde é comum ocorrer esse tipo de fenômeno, principalmente no outono e na primavera, períodos de transição das estações”, comenta.

Mendonça lembra que há 18 anos o município de Nova Laranjeiras, no Oeste do Paraná, também foi destruído pela ação de um tornado. Cerca de 200 casas foram atingidas na época.

Cenário é ‘de guerra’, diz morador sobre destruição

“Quando começamos a ter noção do que tinha acontecido, achamos que tinha sido a cidade inteira arrasada”, disse o gerente comercial Ronaldo de Oliveira, 34, morador de Xanxerê (SC), à reportagem nesta quarta-feira (22). O tornado que atingiu a região oeste de Santa Catarina na última segunda-feira (20) matou duas pessoas e deixou cerca de mil desabrigados.

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Voltando ainda mais no tempo, é possível encontrar registros de uma tempestade com ventos intensos que causou estragos e 35 mortes em um vilarejo próximo a Palmas, no Sudoeste do estado, em agosto de 1959. Mais recentemente, em 2009, um tornado causou destruição em Cascavel e outras cidades próximas no Paraná.

Limpeza de destroços e ajuda aos afetados são prioridade

O primeiro dia útil após o tornado que atingiu Xanxerê, na região sudoeste de Santa Catarina, foi dedicado à limpeza das casas e ruas da cidade e à assistência humanitária.

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Edificações

Embora não sejam raros, os tornado ainda deixam muitas pessoas sem ação. Incluindo o poder público, que não possui um plano para diminuir danos e evitar mortes em situações como a de Xanxerê. Para Mendonça, pouco pode ser feito para alertar a população sobre a possibilidade de ocorrência desse fenômeno. Mas é possível prevenir danos.

“Não existe tecnologia disponível para se prever com exatidão o local e o momento em que ocorrerá um tornado. Mas as construções nessas regiões devem ser adaptadas, ter estruturas mais reforçadas, para resistir aos ventos mais fortes”, comenta.

Doações

Os moradores de Pato Branco, no Sudoeste do estado, estão recolhendo doações para enviar aos moradores de Xanxerê, vítimas do tornado de segunda-feira. A campanha foi lançada pela Associação Empresarial do município, que está recolhendo os donativos. Água potável, roupa se cobertores são a prioridade. O contato para maiores informações é o (46) 3225-1237. A prefeitura de Xanxerê abriu uma conta para quem deseja colaborar com dinheiro. Para mais informações, o telefone de contato é (49) 3441-8505.

Plano

A pesquisadora do IFSC Marcia Fuentes explica que a previsão de um tornado é feita minutos antes do fenômeno ocorrer. Mesmo assim, na avaliação dela, seria possível organizar um plano de alerta e proteção da população. “Mas a gente precisa de uma rede de radares para enxergar os eventos climáticos, de pessoas formadas e treinadas para enxergar esses fenômenos meteorológicos”, diz Márcia.

Ela também avalia que essa rede de alerta precisaria envolver a imprensa, a defesa civil e as escolas. De tal forma que as pessoas soubessem exatamente o que fazer nos poucos minutos entre o alerta e a chegado do tornado. De acordo com Mendonça, procurar locais cobertos e que tenham uma edificação forte é essencial para se proteger dos tornados.

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