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A Defesa Civil estadual isolou na manhã de ontem uma área na zona portuária de Paranaguá, no litoral do estado, onde um silo de armazenagem de grãos, com 42 metros de altura, corre risco de desmoronamento. No interior do silo, pertencente à Companhia Brasileira de Logística (CBL), estão depositadas 14,6 mil toneladas de milho, quase o limite total da capacidade de armazenamento, que é de 15 mil toneladas. A construção, em concreto armado, apresenta rachaduras horizontais em quase toda sua circunferência e, de acordo com cálculos, obtidos com equipamentos de precisão, o silo sofreu uma inclinação vertical de aproximadamente 30 centímetros.

De acordo com avaliações preliminares de engenheiros que estiveram no local, a causa mais provável das rachaduras e inclinação do silo seria o afundamento do terreno onde foi construído. Funcionários da CBL dizem que o silo, entregue no fim de setembro, recebeu 12 mil toneladas de grãos na semana passada e já havia apresentado rachaduras.

Engenheiros da Construtora Vasconcelos, responsável pela obra, teriam afirmado que a ocorrência era normal e determinaram o reforço de concreto. As marcas do reboco podiam ser vistas ontem, no mesmo local onde apareceram as novas rachaduras.

O isolamento do local ocorreu na madrugada de ontem, quando funcionários do Terminal de Contêineres de Paranaguá, localizado em frente à CBL, avistaram o início das rachaduras e acionaram a Defesa Civil. As fissuras teriam aparecido por volta das 4 horas, no momento em que os grãos armazenados eram enviados pelas esteiras para embarque.

Diretores da CBL chegaram a discutir a possibilidade de retirada da carga ensilada, para aliviar a pressão no interior do silo. Eles aguardavam, ontem, a chegada de um engenheiro responsável pela construção, para avalizar a ação. Até o início da noite, o engenheiro, que estaria se deslocando de Canoas (RS), ainda não tinha chegado ao local.

O coordenador da Defesa Civil no litoral, major Edemílson de Barros, afirma que a transferência da carga só será realizada após os engenheiros atestarem a segurança da operação. Ele afirma que seria necessária a entrada de pessoas no silo para tentar elevar estruturas metálicas que cederam com a pressão dos grãos.

Com a elevação, os grãos seguiriam por uma esteira até a parte interna do Porto de Paranaguá, onde seriam embarcados em caminhões. "Mas isto só será realizado com todas as garantias de segurança", diz ele. Técnicos da Companhia Paranaense de Energia Elétrica (Copel) desviaram as linhas de transmissão que passam pela área para evitar, caso ocorra o desmoronamento, o comprometimento da rede elétrica que abastece o setor portuário.

Em nota divulgada à imprensa, a CBL informa que encaminhou fotos das fissuras para a construtora "que informou que, pelas imagens, não haver risco de desabamento". Segundo a empresa, "a rigidez com as normas de segurança suas e de seus fornecedores é uma das premissas da CBL, que é certificada pelas normas internacionais de segurança portuária".

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