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O tráfego de caminhões pesados acabou com a tranqüilidade e o sossego de 42 famílias que moram na Rua Renascença, localizada numa área residencial de Santa Felicidade, em Curitiba. Veículos que prestam serviços às empresas da região estão usando a via, cujo trânsito deveria ser lento, para ter acesso à Avenida Francisco Gulin e depois ao Contorno Norte, que liga a BR-277 às rodovias da Uva e dos Minérios.

O vaivém de caminhões já ocorria durante a construção do lote 2 do contorno, mas se agravou após a inauguração oficial, em dezembro passado. "Esse contorno virou um transtorno para a gente", diz o aposentado Sérgio Daniva.

A irritação se deve à insegurança e aos prejuízos materiais que os moradores acumulam nos últimos meses. A esteticista Linda Vinhaski, que está há 23 anos no local, recentemente reformou e pintou a casa, na esquina com a Francisco Gulin. Mas novas rachaduras já podem ser vistas novamente nas paredes e no piso da residência. O mesmo problema foi verificado em outro, imóveis. "Essa rua não foi projetada para isso. Tem carreta de 40 toneladas que quando passa faz tremer tudo", conta o jornalista Odaílson Spada, morador do local há quase quatro anos.

O antipó da Rua Renascença também não suporta o tráfego pesado. O asfalto está todo rachado e os buracos surgem sempre que chove. "A prefeitura até tem feito o tapa-buraco, mas com o peso das carretas o remendo não agüenta 15 dias", explica o aposentado Luiz Alberto Santi. Sem falar no incômodo som de buzinas, freadas e acidentes, que vieram a reboque do intenso fluxo de veículos. "Aqui ninguém mais dorme direito", queixa-se Linda.

Marginal

Segundo Odaílson Spada, o problema ocorre porque os caminhões não têm um acesso apropriado à rodovia. "Tem uma rua, a Eugênio Bertolli, que poderia funcionar como uma marginal até o trevo da Avenida Francisco Gulin. Pelo que soubemos isso até constava no projeto do contorno, mas a rodovia foi inaugurada e acabaram esquecendo", afirma. Hoje, a Eugênio Bertolli termina abruptamente quando se aproxima das margens da rodovia.

Outra alternativa seria construir rampas de acesso ao contorno no viaduto da Rua Newton Laporte, que fica próximo ao trevo e é via de ligação entre Santa Felicidade e o bairro Lamenha Pequena, no limite com Almirante Tamandaré. "Não somos contra as empresas. Sabemos que elas geram riqueza e são importantes para o bairro. Mas do jeito como está não pode mais ficar", desabafa o jornalista.

A indignação com a situação é tão grande que as famílias tomaram uma medida drástica no domingo retrasado. Por volta das 16 horas, moradores colocaram cinco manilhas com concreto na rua e impediram o trânsito, gerando muito tumulto. Na manhã de terça-feira da semana passada, a prefeitura esteve no local, retirou as manilhas e instalou uma placa de preferencial, que não existia, no cruzamento com a Avenida Francisco Gulin, para evitar novos acidentes. "Queremos uma solução definitiva. Se em 30 dias isso não ocorrer, vamos fechar a rua de novo", ameaçava Santi, na semana passada.

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