O corpo do traficante Marcelo da Silva Leandro, o Marcelinho Niterói, morto na noite da terça-feira (1º) durante um confronto com agentes da Polícia Federal, do Bope e da Polícia Civil na Favela Parque União, no Complexo da Maré, ainda não tem previsão para ser liberado do Instituto Médico Legal (IML). Um dos principais articuladores da quadrilha de Luiz Fernando da Costa, o Fernandinho Beira-Mar, ele foi surpreendido por agentes da Delegacia de Repressão a Entorpecentes (DRE) da PF quando deixava uma casa na Rua Ari Leão. O traficante estava cercado por seguranças, entre eles o ex-militar do Exército Jeferson Douglas Silva dos Santos, que também acabou morto no confronto.

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A PF ainda não divulgou imagens ou mais detalhes sobre a ação que resultou na morte do traficante. Marcelinho Niterói era apontado em investigações conjuntas da PF e da Secretaria Nacional Antidrogas (Senad) do Paraguai como principal articulador de um consórcio formado por integrantes de uma facção criminosa do Rio e de São Paulo, que controla áreas de plantio de maconha nas cidades paraguaias de Pedro Juan Caballero e Capitán Bado, na fronteira com o Mato Grosso do Sul.

No mês passado, o traficante Alexander Mendes da Silva, o Polegar, integrante da facção carioca, foi presopor agentes da Senad em Pedro Juan Caballero. O bandido, que comandava o tráfico no Morro da Mangueira, vivia numa casa luxuosa, com cerca eletrificada e câmeras, no país vizinho.

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Marcelinho Niterói era considerado um dos chefões da maior facção criminosa do Rio. Ele faria parte do bando que fugiu do Complexo do Alemão quando a polícia invadiu os morros da região em novembro do ano passado, deixando para trás a casa com piscina onde vivia. Responsável pela distribuição de drogas para boa parte das quadrilhas do Rio, Marcelinho gostava de dar demonstrações de poder. Um exemplo foi a festa de casamento dele com uma adolescente, no Alemão, em 2009, com direito a convites para bandidos de várias favelas da cidade.

O episódio revela um pouco de sua personalidade. Na época, a polícia foi informada de que traficantes do Jacarezinho, da Nova Holanda e do Parque União teriam sido convidados. O clímax dos festejos teria sido a execução de um bandido do Complexo da Penha, que estaria jurado de morte por outro aliado de Marcelinho, Márcio dos Santos Nepomuceno, o Marcinho VP. As bocas de fumo dele seriam transferidas para Marcelinho NIterói.