Brasília O relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) do Tráfico de Armas, deputado Paulo Pimenta (PT-RS), disse estar convicto de que a facção criminosa Primeiro Comando da Capital (PCC) é a principal responsável pela entrada ilegal de armas e munição no país.
"Tenho certeza de que o principal caminho utilizado por essas organizações para trazerem armas e munição ao Brasil é terrestre. E a porta de entrada é a tríplice fronteira do Paraguai".
De acordo com o deputado, essas conclusões foram possíveis depois do depoimento de Marcos Camacho, o Marcola, apontado como líder do PCC. Na quinta-feira, sete deputados da CPI foram ao presídio de Presidente Bernardes, em São Paulo, para interrogar Marcola.
Na avaliação do deputado, o depoimento serviu para que a CPI tenha a dimensão do controle que o PCC exerce nos presídios e da responsabilidade da facção criminosa com o aumento da violência no Brasil. Pimenta afirmou que Marcola não assume ser o líder do PCC, embora "fale como um líder da organização".
Em 3 de julho, o deputado deve entregar o relatório final da CPI. No documento, devem ser apontados cada ponto falho identificado nas investigações, e o que pode ser feito a respeito. Entre eles, segundo o deputado, estão a revista de advogados e o uso de celulares em presídios. Nesse caso, Pimenta disse que as operadoras de celular, o preso e o diretor do presídio devem ser responsabilizados pela entrada dos aparelhos nas penitenciárias.
O deputado disse, ainda, que na próxima semana será discutida a quebra do sigilo telefônico de 34 advogados que supostamente trabalham para o PCC.
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