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O número de transplantes de medula óssea realizados no Brasil aumentou 169% nos últimos cinco anos em relação ao começo da década. E o de procedimentos feitos com doadores encontrados no país em pessoas não aparentadas foi seis vezes maior no período. O crescimento é atribuído às campanhas para captação de doadores.

Entre 2006 e 2010, o Brasil registrou 676 transplantes – 403 deles com doadores localizados no Registro Nacional de Doadores de Medula Óssea (Redome). Entre 2001 e 2005, foram 251 transplantes, apenas 68 com doadores nacionais. Os outros foram encontrados em bancos internacionais.

O registro nacional de doadores tem hoje 2,2 milhões de inscritos e está integrado com a Rede BrasilCord, que reúne bancos de sangue de cordão umbilical e placentário. Eles foram responsáveis pelos doadores em 68% dos transplantes realizados no Brasil em 2010.

Procedimento

O transplante de doador nacional permite que o procedimento seja feito de forma mais rápida e barata. O valor para importar o material a ser transplantado está entre R$ 45 mil e R$ 50 mil. O transplante realizado com doador nacional sai por R$ 12 mil. A busca nos bancos nacionais e internacionais é feita simultaneamente. O critério para a escolha do doador é o grau maior de compatibilidade.

"Houve melhoria da distribuição genética do registro em relação à população. Isso é importante por causa da nossa miscigenação", explica o diretor do Centro de Transplante de Medula Óssea do Instituto Nacional do Câncer (Inca) e coordenador do Redome, Luís Fernando Bouzas. "Quando você busca um doador para um brasileiro na Alemanha, por exemplo, 90% deles são caucasianos. Não é a mistura que temos no Brasil."

Um levantamento do Inca mostra que a maioria dos doadores voluntários do país é mulher (56%) e 88% têm menos de 45 anos. O Sudeste também concentra o número maior de doadores (48%), mas a participação das outras regiões está crescendo. "Sul e Sudeste são regiões mais populosas, mas o perfil de quem nasce no Nordeste é diferente daquele de quem nasce no Sul", ensina Bouzas. Quanto maior a diversidade dos doadores, maior a chance de encontrar compatibilidade.

Pacientes com leucemia, linfoma e anemias graves hoje têm 72% de chance de encontrar um doador "6 de 6" no Redome. Isso quer dizer que o possível doador tem seis características genéticas iguais às do receptor. Essa é a primeira triagem feita no banco. É preciso apurar a compatibilidade – o transplante é feito se forem encontradas semelhanças genéticas em pelo menos oito de dez parâmetros.

Ao se inscrever como doador, o voluntário coleta uma pequena quantidade de sangue e os dados são inseridos no Redome. Se as características genéticas forem compatíveis com as de um paciente, ele é procurado pelo banco. A recusa, hoje, está entre 3% e 5%.

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