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Conheça as principais características do sistema de transporte coletivo de Bogotá |
Conheça as principais características do sistema de transporte coletivo de Bogotá| Foto:

Cidade parece um canteiro de obras

A surrada expressão "canteiro de obras" define bem o que é Bogotá hoje. A capital colombiana experimenta uma prosperidade nunca antes vista, resultado de uma economia forte e diversificada.

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Central faz monitoramento dos ônibus

Apesar de moderno e eficiente, o Transmilênio também tem seus problemas. Atrasos e superlotação dos ônibus nos horários de pico estão entre as reclamações mais frequentes dos usuários.

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Bogotá (Colômbia) - Referência em transporte público, Curitiba exportou seu modelo para várias cidades do mundo nos últimos 30 anos. Mas nenhuma soube aplicar tão bem essa fórmula quanto Bogotá, a capital da Colômbia, onde vivem 8 milhões de habitantes. Lá, a população tem à disposição um sistema ágil, eficiente e autossustentável, chamado Transmilênio, que se tornou motivo de orgulho para uma nação discriminada internacionalmente pela ação do narcotráfico e das guerrilhas.

O Transmilênio é um modelo BRT (sigla em inglês para Bus Rapid Transit ou Ônibus de Trânsito Rápido), que trafega em canaletas exclusivas e possui modernas estações de embarque. Esse sistema se tornou o melhor remédio para o trânsito doente de Bogotá. Há dez anos, a metrópole colombiana tinha 1 milhão de carros particulares que transportavam 19% dos habitantes e uma frota de ônibus numerosa, mas antiga, precária e sem a mínima gestão operacional. Os deslocamentos eram difíceis, lentos e custosos.

Metrô

Nessa época, Bogotá alimentava o mesmo sonho de Curitiba: construir um metrô. Uma obra cara e demorada, mas de extrema necessidade. O alto custo, porém, levou a prefeitura a apostar no BRT, um projeto paralelo de transporte massivo que, sem exageros, revolucionou a mobilidade na cidade e mudou a forma de se pensar o transporte. "Com o Transmilênio, o usuário passou a ser nossa prioridade", resume o gerente-geral da Transmilênio S/A, Fernando Rojas.

Dezesseis mil micro-ônibus atuavam na cidade na era pré-Transmilênio. Não havia linhas ou pontos definidos, tampouco integração do sistema. Os coletivos eram operados por empresas pequenas e cooperativas, e recolhidos a qualquer momento, sem compromisso com horário ou eficiência. Havia também uma disputa por passageiros em que se fazia uma espécie de leilão, oferecendo tarifa mais barata para quebrar o concorrente: a "Guerra do Centavo". "Os motoristas davam descontos de centavos, por isso o nome. O que importava era o dinheiro", diz Rojas.

A implantação do BRT, em 2001, consumiu US$ 684 milhões na primeira etapa. Foram construídos 42 quilômetros de linhas troncais e alimentadoras de norte a sul da cidade; corredores exclusivos; estações em nível; terminais de ônibus; viadutos e túneis para vencer cruzamentos movimentados; e passarelas para garantir o acesso seguro de usuários nas estações. "O Transmilênio se pautou na premissa de que a mobilidade tem relação direta com o desenvolvimento social, urbano e turístico de uma cidade."

O impacto operacional foi tão grande que relegou o projeto metrô a um segundo plano. Recursos antes previstos para esse fim foram direcionados para o Transmilênio. Em 2006, o sistema foi expandido, ganhando mais 42 quilômetros. Hoje a rede formada por 1.787 ônibus, 107 estações de embarque e sete terminais transporta 1,74 milhão de passageiros em dias úteis. Um exemplo que agora inspira capitais brasileiras, como o Rio de Janeiro, que se preparam para receber a Copa de 2014.

* O jornalista viajou a convite da Marcopolo, fabricante de carrocerias para ônibus.

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