Transtornos de obras estão longe do fim

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Os curitibanos terão de conviver com os transtornos trazidos pelas centenas de obras públicas em execução na cidade pelo menos pelos próximos 19 meses, período que resta para o prefeito Beto Richa administrar Curitiba. Ontem, ele formou uma comitiva para vistoriar parte das 411 obras em andamento, que, quando estiverem concluídas, vão trazer benefícios para toda a população. Algumas, como a urbanização da Vila Terra Santa e a implantação das Moradias Lagunas, ambas no Tatuquara, só serão finalizadas em janeiro de 2009. O investimento nos projetos – de R$ 15,9 milhões – vai ajudar 1.079 famílias.

Desde janeiro de 2005, foram iniciadas 1.511 obras na cidade, o que significa quase duas novas obras por dia. Em 2006, foram investidos R$ 240 milhões e outros R$ 366 milhões estão previstos para este ano. Deste montante, do início do ano até agora, já foram aplicados R$ 134,1 milhões em pavimentação, unidades de saúde, centros municipais de educação infantil, centros esportivos e de lazer, calçadas, rede de captação de água e iluminação. "Acho que não há presente melhor para o aniversário de Curitiba do que obras", afirma Richa, referindo-se a intensificação de inaugurações e a proximidade do dia 29 de março, aniversário da cidade.

Investimentos

Durante a peregrinação de ontem, Richa apresentou o novo Centro Municipal de Urgências Médicas 24 horas, no CIC, que terá o primeiro pronto-atendimento infantil da cidade, além dos outros serviços hospitalares de urgência. Num investimento de R$ 2,8 milhões, o centro terá capacidade para atender 500 paciente por dia e será inaugurado na próxima segunda-feira. "Será como um mini-hospital, só que mais próximo da população", definiu Richa. Outras nove unidades de saúde, além do Centro Municipal de Urgências Médicas do Boqueirão, do Centro de Especialidades Odontológicas, do Centro de Controle de Zoonoses e do Espaço de Saúde Osternack, estão em construção.

Outra obra visitada foi a do binário Santa Bernadethe. Com custo de R$ 10 milhões, ele será entregue no próximo mês, quando também serão finalizados os binários Mário Tourinho, Brasília e a Ligação Capão da Imbuia–Hauer, totalizando 22 quilômetros de pavimentação e R$ 30,7 milhões em investimentos.

Na área de educação, 41 creches estão sendo ampliadas e três escolas sendo construídas. Juntas, as escolas municipais CIC-Barigüi, João Cabral de Melo Neto, na Vila Verde, e Rejane Sachette, no Sítio Cercado, terão capacidade para 2.280 alunos. As escolas, que receberam investimento total de R$ 7,4 milhões, ficam prontas em janeiro de 2008. Três novas creches também estão nos planos da prefeitura: São Braz, CIC-Barigüi e Ganchinho. O investimento será de quase R$ 5 milhões.

Estão, ainda, em andamento na cidade outras obras de vulto, como a Linha Verde, que vai transformar a BR-476, antiga BR-116, em uma avenida com dez pistas de rolagem e duas de estacionamento. De acordo com a assessoria da prefeitura, praticamente todas as obras estão dentro do prazo previsto de execução. A exceção é a revitalização e calçamento da Avenida Marechal Deodoro, no Centro, que sofrerá atraso de um mês no prazo de entrega.

Também os trabalhos do anel viário, que deveriam ter começado em janeiro, estão atrasados. O motivo é um impasse entre prefeitura e governo estado: o repasse para Curitiba de R$ 56 milhões, que seria efetivado pelo governo do estado por meio do Fundo de Desenvolvimento Urbano (FDU), está suspenso por divergências políticas. "Os repasses dos recursos pelo governo do estado ainda estão suspensos, mas, se precisar, buscaremos outras formas de financiamento", afirmou Richa.