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Paulo Bernardo (à direita), durante encontro no Instituto de Engenharia: discussão sobre projetos na área de transportes | Marcelo Elias/ Gazeta do Povo
Paulo Bernardo (à direita), durante encontro no Instituto de Engenharia: discussão sobre projetos na área de transportes| Foto: Marcelo Elias/ Gazeta do Povo

O ministro do planejamento, Paulo Bernardo, prometeu agilizar, perante o governo federal, a implantação do trem de alta velocidade entre Curitiba e São Paulo. Durante um encontro com os engenheiro do Instituto de Engenharia do Paraná (IEP), Paulo Bernardo disse que a idéia é adiantar e aprofundar os estudos de viabilidade e o projeto da obra, para que o trem-bala São Paulo–Curitiba possa ser licitado na seqüência do trecho Rio–São Paulo– Campinas, cujo processo de concorrência pública está previsto para meados de 2009.

O encontro entre o ministro e engenheiros do IEP tinha como objetivo discutir a conjuntura atual, as demandas do Paraná e os projetos estratégicos em desenvolvimento pelo Banco de Idéias do IEP. Além do projeto do trem de alta velocidade, as variantes ferroviárias, o contorno ferroviário de Curitiba e a ampliação do aeroporto Afonso Pena foram temas de debate no evento. O ministro ressaltou que, embora esteja comprometido com a negociação dos projetos junto ao governo federal, parte deles depende de definições do governo municipal e estadual.

Um exemplo citado com relação à falta de convergência entre as esferas de poder, segundo o ministro, é o contorno ferroviário de Curitiba. Com orçamento separado e destinado pelo governo federal por duas vezes, a obra acabou não saindo do papel, por falta de licença ambiental e contestação do traçado. Como alternativa ao contorno, Paulo Bernardo defendeu a proposta lançada pelo Departamento Nacional de Infra-Estrutura de Transportes (Dnit) de fazer um rebaixamento dos trilhos, conformo modelo marigaense. "Tem que reunir as partes. Dá para contar com o comprometimento do governo federal em participar. Se precisar de recursos do governo federal, podemos discutir", disse Paulo Bernardo.

Já as variantes ferroviárias para o gargalo Guarapuava–Ponta Grossa causaram divergência e chegaram a esquentar o debate. O ministro defendeu a implantação do ramal Guarapuava–Ipiranga, por meio de uma parceria público privada. "Para este trecho podemos contar com dinheiro da iniciativa privada, que já demonstrou interesse", justificou. O ex-governador Emílio Gomes, presente ao evento, destacou que a variante Guarapuava–Engenheiro Bley traria mais economia ao custo do frete, já que a extensão da ferrovia seria menor. "Gastar bem é economizar", retrucou.

Paulo Bernardo não arredou o pé. "Essa discussão não está resolvida, mas as obras que estamos fazendo em outros estados são junto com a iniciativa privada", disse. "Tem de se pensar em capacidade financeira e de endividamento. Quem faz a licitação, entretanto, é o governo do estado, já que a concessão é da Ferroeste. Mas tem que conseguir financiamento."

Já o desenrolar da ampliação do aeroporto Afonso Pena foi classificada como decepcionante por Paulo Bernardo. "A obra continua no Plano de Aceleração do Crescimento, mas o Tribunal de Contas cancelou a licitação", explicou o ministro. "Para fazer uma nova licitação como essa demoraremos cerca de nove meses." Com relação ao Porto de Paranaguá, o ministro lembrou que um contrato de cinco anos feito pelo governo federal prevê que 12 grandes portos do país devem receber recursos para dragagem.

A implantação do metrô de Curitiba também foi tema de questionamento a Paulo Bernardo durante o evento. Segundo ele, as cidades selecionadas para a Copa da Mundo no Brasil podem receber ajuda para melhorar a mobilidade urbana. "Vamos sentar com os prefeitos dessas cidades e vamos perguntar: o que vocês vão fazer e o que podemos ajudar", disse.

O presidente do IEP, Luiz Cláudio Mehl, fez uma avaliação positiva do evento e lembrou a necessidade de os paranaenses se unirem. "O Paraná tem perdido muito tempo com divergências internas e está parado há muito tempo", afirmou.

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