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Esquema da Polícia Civil mostra organização da quadrilha | Foto: Reprodução/TV Globo
Esquema da Polícia Civil mostra organização da quadrilha| Foto: Foto: Reprodução/TV Globo

A juíza Maria Luiza de Andrade Rangel Pires, do 2º Tribunal do Júri de Belo Horizonte, determinou nesta quinta-feira (2) que três dos oito réus acusados de assassinar Rayder Santos Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura em abril de 2010 vão a júri popular.De acordo com a assessoria do Tribunal de Justiça de Minas Gerais (TJMG), o norte-americano naturalizado brasileiro Adrian Gabriel Grigoceia, o policial André Luis Bartolomeu e o estudante Arlindo Lobo foram pronunciados e a fase de instrução do processo foi finalizada. Segundo o TJMG, cabe recurso da decisão.

No início do processo, todos os réus respondiam às mesmas acusações, mas em uma audiência no dia 10 de setembro, a juíza dividiu o processo a ação. Ainda segundo o tribunal, outros três réus, a médica Gabriela Correia Ferreira da Costa, o advogado Luis Astolfo Charles Bueno e o pastor Sidnei Eduardo Benjamin, foram soltos pela Justiça e respondem separadamente pelo crime.

De acordo com o TJMG, o estudante Frederico Flores Carvalho será interrogado após a conclusão do exame de sanidade mental.

Entenda o caso

Rayder Santos Rodrigues e Fabiano Ferreira Moura foram assassinados e decapitados em um apartamento do bairro Sion, na zona sul de Belo Horizonte, em abril de 2010, de acordo com inquérito. Os corpos foram encontrados mutilados e carbonizados em Nova Lima, na Região Metropolitana da capital. As cabeças e as mãos dos homens ainda não foram encontradas pela polícia. Dentre os suspeitos de cometer o crime, há dois estudantes de Direito, um policial, um pastor, uma médica e um norte-americano.

Segundo as investigações, o estudante Frederico Flores seria o chefe da quadrilha. Ele pretendia extorquir as vítimas, que teriam passado por sessões de tortura antes de, de acordo com a polícia, serem friamente executados no apartamento de Frederico, no bairro Sion. No local, foram encontrados vestígios de sangue, e apreendidos livros de conteúdo nazista e de terror. Materiais como DVDs, documentos e computadores também foram recolhidos.

Ainda de acordo com as investigações, os suspeitos teriam feito um churrasco no sábado seguinte à morte das vítimas. Seria uma espécie de reunião com todas as pessoas que estavam envolvidas.

As investigações mostram que os envolvidos fizeram saques das contas de Fabiano Moura e Reyder dos Santos Rodrigues antes de matá-los. Segundo a Polícia Civil, os dois mortos teriam envolvimento com esquema de lavagem de dinheiro e estariam sendo chantageados por Flores.

O Ministério Público Estadual ofereceu denúncia contra os oito envolvidos. O promotor Francisco Santiago pediu a condenação de todos eles por homicídio qualificado, cárcere privado, extorsão, destruição e ocultação de cadáver e formação de quadrilha.

Foram denunciados os estudantes de Direito Frederico Costa Flores de Carvalho e Arlindo Soares Lobo, a médica Gabriela Correia Ferreira da Costa, os policiais militares Renato Mozer e André Luis Bartolomeu, o norte-americano naturalizado brasileiro Adrian Gabriel Grigoceia, o pastor Sidnei Eduardo Benjamin e o advogado Luis Astolfo Charles Bueno.

Segundo inquérito, Frederico contou com a ajuda da médica Gabriela Ferreira, do estudante Arlindo Lobo, do garçom norte-americano Adrian Gricoceia e dos policiais militares Renato Mozer e André Luis Bartolomeu, que teriam participado diretamente dos assassinatos. Cada um deles pode ser condenado a 50 anos de prisão por homicídio qualificado, extorsão, sequestro, formação de quadrilha, entre outros.

O pastor Sidnei Bartolomeu e o advogado Luis Astolfo são suspeitos de envolvimento no sequestro. O pastor pode ser condenado a 16 anos de cadeia, e o advogado, a 20 anos. A polícia descobriu que R$ 150 mil foram transferidos e sacados das contas das vítimas.

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