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A Secretaria de Estado da Segurança Pública (Sesp) anunciou ontem que vai punir os policiais civis que se recusaram a prender um homem que confessou ter cometido um homicídio. Segundo a Polícia Militar, por volta das 23 horas da última sexta-feira, o pintor de paredes Clodoaldo Mariano da Silva, 30 anos, matou a facadas o namorado de sua ex-mulher, Valdir Carvalho, 36. Ele foi levado a três delegacias – duas em Curitiba e uma em Colombo, na região metropolitana – antes de ser preso na Delegacia de Homicídios, em Curitiba. A espera durou cerca de seis horas.

A "peregrinação" começou na manhã de sábado, quando policiais militares do 17.° Batalhão foram informados que Clodoaldo estava em uma casa na Rua 33, no bairro Zumbi dos Palmares, em Colombo. No local, o pintor confessou o crime, segundo a PM. O primeiro lugar para o qual os policiais militares o levaram foi a Delegacia de Alto Maracanã, em Colombo. Lá, os policiais civis teriam dito que não poderiam mantê-lo preso, já que o crime tinha sido cometido em Curitiba (Clodoaldo esfaqueou o rival durante uma briga na Rua Luiz Gastão da Cruz, no Bairro Alto).

A próxima parada foi o 5.° Distrito Policial de Curitiba, no bairro Bacacheri. Mais uma vez, os policiais militares ouviram que Clodoaldo não poderia ficar no local. Os PMs se dirigiram então para o 8.° Distrito, no bairro Portão, onde funciona o Centro Integrado de Atendimento ao Cidadão (Ciac). Lá, eles foram informados que Clodoaldo não poderia ficar de tido no local por morar em Colombo. Ele foi levado então para a Delegacia de Homicídios, onde está desde a tarde de sábado.

Ontem à tarde, nenhum policial civil quis comentar oficialmente o caso. Na delegacia do Alto Maracanã, um plantonista classificou a situação como "um mal-entendido." "Eles [os policiais militares] trouxeram o preso, mas não é nossa circunscrição", afirmou. "Foi um mal-entendido de quem estava entregando o preso." No 5.° DP, a reportagem foi informada que não há carceragem disponível e que mesmo assim seis detentos são mantidos no local, entre ex-maridos que não pagam pensão alimentícia e depositários infiéis. No Ciac, o plantonista confirmou que não há carceragem no 8.° DP e que a função do órgão é encaminhar os presos para as delegacias especializadas – no caso, a de Homicídios.

A Sesp emitiu ontem uma nota oficial sobre o caso, divulgado na segunda edição de sábado do telejornal ParanáTV. "Sobre a matéria divulgada neste sábado (21) no ParanáTV – Segunda Edição, a Secretaria de Estado da Segurança Pública informa que ao tomar conhecimento do fato determinou a imediata apuração da conduta dos policiais neste caso. A Sesp garante que os policiais serão punidos com o rigor necessário", diz a nota.

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