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O Ministério Público sustenta que os acusados abreviaram a vida de sete pacientes com o objetivo de "girar a UTI" | Antonio More/Gazeta do Povo
O Ministério Público sustenta que os acusados abreviaram a vida de sete pacientes com o objetivo de "girar a UTI"| Foto: Antonio More/Gazeta do Povo

Três meses depois de um perito do Instituto Médico Legal (IML) ser indicado para avaliar os prontuários das sete mortes que, supostamente, foram antecipadas pela médica Virgínia Soares e outros seis funcionários do Hospital Evangélico de Curitiba, o trabalho ainda não começou.

Questionado sobre o tema, o Ministério Público do Paraná (MP-PR) informou que o perito indicado está formando uma equipe para o caso. As antecipações de morte na Unidade de Terapia Intensiva do hospital teriam ocorrido entre 2006 e janeiro de 2013.

Apesar da demora, o MP está acompanhando a etapa do processo, mas não vê necessidade de acelerar o procedimento. Segundo o MP, o caso envolve quesitos de alto nível técnico na área da medicina intensiva e anestesiologia. Além disso, como foi nomeado um perito, mesmo com equipe, é preciso acompanhar e revisar todo trabalho.

O casoNo dia 29 de outubro do ano passado, um perito do IML foi designado pela Polícia Científica para realizar as perícias nos prontuários dos casos suspeitos. Somente após o resultado da perícia é que os réus serão ouvidos pela Justiça. A indicação do perito ocorreu por decisão do juiz da 2.ª Vara do Júri Daniel Surdi de Avelar. O caso estava parado devido à falta de peritos.

Em setembro do ano passado, o estado do Paraná, responsável pelas custas nestas circunstâncias, não quis pagar R$ 220 mil para os peritos indicados para o caso pelo juízo. A necessidade da perícia foi aceita por todas as partes no processo. No começo de outubro, criou-se outro obstáculo. Os médicos especializados em anestesiologia e medicina intensiva do IML declararam suspeição para periciar os prontuários.

Apesar disso, outro perito do IML foi indicado e aceitou o caso. Na época, a própria assessoria de imprensa da Polícia Científica informou que o perito indicado não é especialista em anestesiologia e medicina intensiva, mas a formação forense dele o torna capaz de realizar as análises solicitadas pela Justiça. O problema da demora em começar a perícia é que, naturalmente, ela levará meses para ser concluída. Só depois disso, é que os réus serão ouvidos pela Justiça.

Polícia CientíficaA Polícia Científica informou, por meio da assessoria de imprensa, que está prestando o serviço que foi solicitado pelo juiz do caso. A assessoria afirma que outras informações sobre o caso devem ser solicitadas ao Judiciário. A reportagem tentou falar com o juiz Surdi de Avelar, mas ele não atendeu às ligações até a publicação desta reportagem.

HistóricoDesde março de 2013, o caso da médica Virgínia Soares está na Justiça. O Ministério Público sustenta que os acusados abreviaram a vida de sete pacientes com o objetivo de "girar a UTI", ou seja, abrir novas vagas. Tanto a defesa da médica quanto a dos outros réus sempre justificaram que todos os procedimentos realizados na UTI estavam dentro da legalidade.

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