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As chuvas neste início de 2012 demonstram, quase um ano após a tragédia que matou mais de 900 pessoas na Região Serrana, que muitas cidades continuam vulneráveis. Em janeiro de 2011, União, Estado e prefeituras anunciaram investimentos milionários para recuperar os municípios. O que foi feito até agora não é suficiente e, além disso, o governo do estado ainda não explicou ao Tribunal de Contas (TCE) como a Secretaria de Obras aplicou R$ 10,9 milhões de um montante de R$ 70 milhões enviado pelo governo federal, no início do ano passado, para ações de socorro e assistências a vítimas da tragédia.

Se um total de R$ 114,9 milhões - vindos de diversas fontes - foram gastos em obras emergenciais e recuperação de pontes e estradas destruídas em 2011, as chuvas chegaram sem que acabassem as intervenções de contenção de e recuperação de encostas. Como se não bastasse, milhares de famílias em Friburgo, Bom Jardim, Teresópolis e Petrópolis continuam a receber aluguel social de R$ 500 em abrigos ou nas áreas de risco.

Em Friburgo, onde muita gente entrou Justiça para receber o aluguel social, há denúncias de de pagamentos feitos indevidamente.

"Em janeiro, faremos um recadastramento. Há denúncias de que uma mesma família recebe até três benefícios. Hoje, pagamos 2.660 aluguéis, mas a demanda é maior. Temos mais 2.100 sem receber e, destas, 500 famílias entraram na justiça requerendo o benefício", disse o secretário municipal de Assistência Social de Friburgo, Josué Edinézer.

Nenhum centavo dos R$ 452,6 milhões anunciados em obras do Minha Casa Minha Vida para reassentar famílias foram pagos. Os locais escolhidos pelas prefeituras não atraíram as empreiteiras ou precisaram ser revistos, devido aos custos da obras.

As chuvas na virada do ano já provocaram uma morte, e pelo menos 21 cidades da Região Metropolitana e do interior do Rio registraram deslizamentos, enchentes ou correm o risco de sofrer inundações nas próximas horas. As informações foram divulgadas pela Defesa Civil estadual, prefeituras e pelo Instituto Estadual do Ambiente (Inea). A situação é mais crítica em Nova Friburgo, mas outros municípios também enfrentam problemas. Em Miguel Pereira, onde 80 pessoas estão desalojadas ou desabrigadas, um homem de 52 anos teve um ataque cardíaco e morreu ao ver parte da casa em que morava atingida por barreira.

Segundo a Defesa Civil estadual, Laje do Muriaé, Itaperuna, Italva e Cardoso Moreira podem ser atingidos por enchentes nas próximas horas. De acordo com o secretário estadual de Defesa Civil, coronel, Sérgio Simões, que está em Friburgo, Muriaé deverá enfrentar a situação mais difícil. Caminhões capazes de trafegar por locais alagados e 30 homens foram enviados para atuar em Muriaé e Itaperuna.

"Toda Muriaé deve ser afetada. Estamos trabalhando em parceria com o prefeito e enviamos reforço de bombeiros para a região". afirmou Simões.

O Inea também apontava o risco de rios transbordarem em municípios como Macaé, no Norte Fluminense, e São João de Meriti e Duque de Caxias, na Baixada. Em Petrópolis, houve aumento do volume dos rios Santo Antônio, Quitandinha e Palatinado. No fim de semana, ocorreram alagamentos nas cidades de Três Rios e Paraíba do Sul. Os acessos aos municípios de Cordeiro, Cantagalo e Cachoeiras de Macacu foram parcialmente bloqueados por quedas de barreiras ou afundamento de pista.

Em Paraíba do Sul (Centro-Sul-Fluminense), 14 famílias ficaram desalojadas no bairro Liberdade, depois que o rio que dá nome à cidade transbordou e alagou imóveis na parte baixa da cidade. A Defesa Civil entrou em alerta máximo. No Centro, o Largo da Igreja Matriz de São Pedro e São Paulo ficou alagado. Houve queda de árvores nos bairros do Brocotó e Parque Morone. Na Estrada de Queima Sangue, que liga Paraíba do Sul ao distrito de Sebollas, houve um deslizamento, que deixou o trânsito em meia pista.

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