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Rio – A Força Nacional de Segurança começará a trabalhar na semana que vem no Rio de Janeiro, em 19 pontos das divisas do estado – com Minas Gerais, Espírito Santo e São Paulo – que já foram escolhidos e serão bloqueados. A informação foi divulgada pelo secretário de Segurança do Rio, José Mariano Beltrame, que explicou que os locais de bloqueio foram selecionados por acordo entre a secretaria, Polícia Rodoviária Federal, Polícia Civil, Polícia Militar e Receita Federal.

Beltrame praticamente descartou a possibilidade de a Força começar suas operações no estado ainda nesta semana, apesar da expectativa criada em relação à possível chegada da tropa ao estado nos próximos dias. "Como é um contingente muito grande e envolve uma série de instituições, o que pode retardar um pouco isso é a questão logística", afirmou. Ele declarou que até amanhã o planejamento operacional estará completo e demonstrou otimismo. "A Força Nacional está pronta em Brasília, e basta o governo do estado se manifestar no sentido da sua necessidade que ela comparece", disse Beltrame. A Corregedoria da PM do Rio faz uma investigação para comprovar se policiais militares estão dando apoio a milicianos A PM foi informada de que soldados da corporação usaram, no fim do ano passado, o radiocomunicador oficial para incentivar os milicianos. Eles usariam, inclusive, carros da corporação para dar cobertura às suas ações.

As milícias são grupos formados por PMs, bombeiros e ex-soldados que invadem favelas para ocupar o espaço dos traficantes. Uma vez instaladas, lucram com a cobrança de serviços.

A reportagem conversou com uma moradora, que confirmou a ajuda de policiais fardados a membros de milícias. Ela disse que eles usam patrulhas para facilitar a entrada desses grupos nas favelas.

"É uma incursão (operação) normal. Em algumas comunidades, eles não gastam uma bala; em outras, há até troca de tiros. As milícias dominam depois, colocando câmeras para vigiar 24 horas, caso o tráfico volte", contou ela, que não se identifica por medo de represália.

Milicianos que ocupam uma favela na zona norte do Rio explicaram que conseguem ocupar as comunidades sem fardas: "A polícia (oficial) consegue retirar os vagabundos (traficantes), mas não tem como se manter no local para evitar o retorno. Então, nós agimos para proteger as pessoas", afirmou um policial da milícia.

De novembro a janeiro, moradores de pelo menos cinco comunidades contaram histórias parecidas. Uma fonte de uma entidade ligada aos direitos humanos afirmou ainda que integrantes das quadrilhas de traficantes estão sendo "contratados" para trabalhar para as milícias. Um dos lugares apontados é a favela Roquete Pinto, na zona norte do Rio. Ali, milicianos estariam pagando R$ 700 aos ex-integrantes da facção criminosa Amigos dos Amigos (ADA) para trabalharem para eles.

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