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Brasília – Três ministros do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) tiveram seus telefones funcionais e pessoais grampeados. A descoberta foi feita por uma empresa contratada pelo TSE para fazer varreduras nos aparelhos instalados nos tribunais, nas casas dos ministros e nos seus telefones celulares. Não há informações sobre quem efetuou o grampo e desde quando ele estava instalado. Entre os ministros que tiveram telefones grampeados está o presidente do TSE, Marco Aurélio Mello. Outro atingido pelos grampos é o vice-presidente do tribunal Cezar Peluso. Tanto Marco Aurélio quanto Peluso também integram o Supremo Tribunal Federal (STF), principal corte de Justiça do país. O terceiro ministro a ter seus telefones grampeados foi Marcelo Ribeiro, um dos integrantes do TSE responsáveis por analisar reclamações contestando propagandas de candidatos à Presidência da República.

"Mais uma vez ficamos estarrecidos. Se o grampo partiu de particulares, merece condenação. Se partiu do Estado, merece excomunhão maior e apenas revela a quadra que estamos vivendo", disse o presidente Marco Aurélio. Ele pretende comunicar o fato à presidente do STF, Ellen Gracie, e ao procurador-geral da República, Antonio Fernando de Souza, para que tomem providências.

Em entrevista coletiva marcada para hoje em Brasília, o diretor-geral do TSE, Athayde Fontoura Filho, deverá dar mais detalhes do episódio. Ao longo da semana, o TSE deverá julgar recursos de políticos excluídos da eleição por responderem a processos judiciais ou por serem investigados em inquéritos que estão no STF. Entre esses políticos estão os suspeitos de envolvimento com os esquemas sanguessuga e do mensalão. A expectativa é que o TSE derrube essas proibições, visto que, segundo a lei, uma pessoa só é considerada inelegível após decisão definitiva da Justiça.

O caso que está em julgamento pelo plenário do TSE no momento é o do ex-deputado Eurico Miranda, ex-presidente do Vasco da Gama, que briga no TSE contra a decisão do TRE do Rio, que o considerou inidôneo para disputar um cargo público. "Sintomaticamente os três ministros grampeados são do TSE", comentou Marco Aurélio Mello.

Polêmico

No cargo desde maio deste ano, Marco Aurélio tem feito declarações polêmicas. Ao tomar posse, prometeu rigor com os políticos que cometem irregularidades e disse que o Brasil se transformou no país do "faz-de-conta": "Faz de conta que não se produziu o maior dos escândalos nacionais, que os culpados nada sabiam", disse então.

O Tribunal não divulgou o nome da empresa que realizou a varredura nos telefones.

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