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Modelo usado na 2.ª Guerra

Durante a Segunda Guerra Mundial, de 1939 a 1945, alguns aviões de guerra eram pintados com desenhos de dentes de tubarão. De acordo com o professor de História da Universidade Federal do Paraná, Dennison de Oliveira, os aviadores do American Voluntary Group (AVG), conhecidos como "Os Tigres Voadores", começaram a desenhar a boca com dentes de tubarão no proeminente radiador dos aviões P40 de fabricação americana. As aeronaves foram vendidas para os chineses para que fossem usadas por voluntários americanos contra os japoneses. Em cima e em baixo das asas dos aviões havia o símbolo nacional chinês.

Muitos países acabaram copiando a idéia da pintura, inclusive o Brasil, por razões estéticas. "Afinal, acreditava-se que o desenho dos dentes do tubarão deixava os aviões com uma aparência agressiva", afirma Oliveira. Ele aponta que o objetivo também foi homenagear os "Tigres Voadores". "Na 2.ª Guerra Mundial, entre 1942 e 1944, na Base Aérea de Natal (RN) tinha uma esquadrilha de P40, na qual todos os aviões também tinham a boca com dentes de tubarão desenhadas no radiador", diz.

Colaborou Adriane Lourenço

Quatro tubarões estão sobrevoando o céu de Curitiba. E não é brincadeira, garante o diretor da Aerocon Escola de Aviação Civil Conrado Berthe. Pelo menos é assim que ele chama as suas quatro aeronaves que ganharam uma pintura inusitada, inspirada no maior predador do oceano, o tubarão-branco. Em uma jogada de marketing, Berthe garante que o jargão pegou entre os alunos e pilotos e que até a torre de controle já identifica a fera marinha.

Há dois anos, a escola decidiu pintar quatro dos cinco aviões monomotores usados para a instrução de pilotos. "A aviação é meio quadrada e dar essa quebrada fica mais leve", diz Berthe, que desenhou e pintou os aviões. Ele teve a idéia enquanto assistia a um documentário sobre o tubarão-branco, que "voava" dois metros do fundo do mar para capturar sua presa. O resultado da iniciativa foi quatro aeronaves pintadas com desenhos que realçam as garras e olhos do animal com tintas florescentes. Segundo Berthe, estas aeronaves de instrução são as únicas pintadas do Brasil.

Para agüentar temperaturas que variam de 2 °C a 30 °C, foi utilizado um tipo específico de tinta sintética. O custo total foi de R$ 10 mil. "Pode parecer caro, mas compensa, porque tudo na aviação é muito caro", afirma Berthe. Porém, a melhor obra de todas, segundo ele, ainda está por vir. O quinto avião da frota, e que tem o melhor motor, será pintado de "baleia gorda". A cor escolhida foi preta com tons de prata.

Apesar das idéias e investidas como artista, Berthe deixa claro que não esqueceu da segurança de vôo. Entre muitos botões e comandos, por dentro da aeronove não se encontra nada que lembre a brincadeira. "Não pode pôr nada de tubarão na parte de dentro. O piloto tem que sentir que está dentro de um avião e não de um brinquedo."

Desejo antigo

Quando criança, os desenhos de Berthe de aviões levaram sua mãe pensar que ele seria artista. Mas se enganou. "Ela não percebia que o fato de eu desenhar tanto avião é porque queria ser piloto", afirma. O desejo da infância o motivou à empreitada, que teve a colaboração do mecânico de aviação Clóvis Alves de Oliveira, há 42 anos no ramo. "Achei que ia dar mais trabalho, mas fazendo com paciência não tem erro", diz Oliveira. Segundo ele, o desenho foi feito enquanto as aeronaves estavam na revisão e que a única dificuldade se deu com o tempo frio que fez com que a tinta levasse mais tempo para secar.

O estudante do curso de Ciências Aeronáuticas Vinícius Neves, 18 anos, aprovou a idéia. "Achei que ficou muito bom e resolvi transpor a idéia para internet." Ele reproduziu a pintura da aeronave e disponibilizou a imagem da aeronave no site www.avsim.com, que reúne fanáticos pela aviação. Cerca de 150 usuários acessaram o novo modelo.

Como as aeronaves não realizam vôos acrobáticos e não há previsão de elas participarem de algum evento, a sugestão para os curiosos é prestar atenção nos céus de Curitiba. "Pousamos no Aeroporto Afonso Pena e sobrevoamos a região do Barigüi. O tempo todo estamos voando. Se a pessoa prestar atenção, vai ver", sugere Berthe.

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Serviço: mais informações no site www.aerocon.com.br.

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