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55,4 mil doações de livros já foram feitas pelos usuários do transporte coletivo de Curitiba às Tubotecas desde março de 2013. A cada dia, 200 exemplares são distribuídos nas estações-tubo. Quando chegam à sede do projeto, os exemplares doados passam por um processo de triagem. Os livros são higienizados e, se necessário, passam por reparos. Se não houver conserto, são destinados à reciclagem. Obras didáticas, religiosas ou com algum teor considerado ofensivo não podem ser incluídas nas Tubotecas e são revertidas a escolas ou ONGs. Doações podem ser feitas nas Casas de Leitura e na sede da FCC (Rua Engenheiros Rebouças, 1.732).

Os passageiros chegam aos poucos. Folheiam um e outro exemplar e pronto: embarcam com o livro nas mãos. Em pouco tempo, já não resta um para contar a história. Tem sido sempre assim: as prateleiras das Tubotecas – pequenas bibliotecas instaladas em dez estações-tubo de Curitiba – se esvaziam minutos depois de terem sido abastecidas. Se a procura atesta o sucesso da iniciativa, por outro lado as estantes vazias apontam o próximo desafio do projeto: estimular os leitores a devolverem os livros emprestados.

Prestes a completar um ano, as Tubotecas já disponibilizaram gratuitamente 38,6 mil exemplares. Só em janeiro, foram 4,2 mil unidades distribuídas nas estantes das estações. Apesar disso, a Fundação Cultural de Curitiba (FCC) estima que apenas 15% das obras são colocadas de volta nas prateleiras pelos passageiros-leitores. Os organizadores pretendem conscientizá-los do óbvio: quanto mais devoluções, haverá mais livros em circulação.

"Se todo mundo que retira um exemplar devolvê-lo depois da leitura, teremos obras suficientes para ter as prateleiras cheias o tempo todo", disse a coordenadora das Tubotecas, Maria Lúcia de Faria, a Mimi.

Quatro meses atrás, a FCC imprimiu marca-páginas, lembrando os usuários da importância de recolocarem os livros emprestados de volta nas estantes. A iniciativa simples ajudou a aumentar o índice de devolução, mas não foi suficiente. "O ideal seria que todos devolvessem", observou Mimi.

Entre os usuários, a conscientização parece ir crescendo aos poucos. Ontem, a universitária Stephany Rosa da Silva repôs em uma Tuboteca da Praça Rui Barbosa um livreto infantil que havia retirado para o filho. "Ele tinha esquecido na casa de um amiguinho. Tive um trabalhão para pegar [o exemplar] de volta, mas achei importante devolver. Afinal, o projeto é para todos nós", disse.

Mirian Calistro se considera uma usuária "de carteirinha" das Tubotecas. Ao escolher um título da escritora estadunidense Nora Roberts, ela garantiu que, além de devolver os exemplares, aproveita as prateleiras para fazer doações de livros que estão "parados" em casa. "É importante, porque todos têm mais acesso à leitura."

Já o universitário Felipe Smolka espera o ônibus lendo trechos dos livros, mas nunca levou nenhum para casa. Não por falta de vontade. "Eu receio que o livro fique esquecido ou que eu não consiga devolver. Prefiro deixar para quem vai ler e devolver", explica. Este repórter aproveitou para retirar um exemplar de "Diretas Já!", de Henfil, mas prometo devolvê-lo direitinho!

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