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Motoristas brasileiros e paraguaios reclamam que aparelho usado indica resultado igual em testes seguidos | Oscar Florentin
Motoristas brasileiros e paraguaios reclamam que aparelho usado indica resultado igual em testes seguidos| Foto: Oscar Florentin

Recepção

Paraná faz parceria com polícia paraguaia

Uma parceria entre a Secretaria de Estado do Turismo do Paraná e a Polícia de Turismo do Paraguai vai garantir mais tranquilidade aos brasileiros que fazem compras ou frequentam atrativos do Paraguai. O assunto foi tratado no começo deste mês, em Curitiba, entre o secretário Faisal Saleh e o comissário da polícia paraguaia, Plano René Rios.

A ideia é estabelecer ações preventivas de apoio, recepção e acompanhamento dos turistas. Um ofício será encaminhado ao Ministério do Interior e à Polícia Nacional do Paraguai para formalizar a parceria.

Criada há dois anos, a Polícia de Turismo do Paraguai recebe reclamações e denúncias, registradas por turistas que visitam o país, relacionadas a cobranças de propina por parte da polícia. Também são comuns pedidos de auxílio para resolver casos nos quais comerciantes enganam os compradores, trocando a mercadoria adquirida por garrafas de água ou pedras, na hora da embalagem.

Brasileiros que frequentam a vida noturna em Ciudad del Este, no Paraguai, fronteira com Foz do Iguaçu, reclamam dos abusos cometidos pelo Ministério Público (MP) paraguaio e pela polícia local nos testes do bafômetro. Conforme as denúncias, o álcool teste, como é chamado o procedimento no país vizinho, indica resultados semelhantes para vários motoristas seguidos e comprovantes de pagamento de multa não são entregues pelas autoridades. As reclamações partem não só de brasileiros, mas também dos próprios paraguaios. As blitzes costumam ser montadas na Ruta Internacional, sentido Foz do Iguaçu, quase todos os dias durante as noites e de madrugada.

Na semana passada, dois motoristas brasileiros que tiveram carros apreendidos reclamaram dos excessos da fiscalização. Eles disseram que foram obrigados a pagar uma multa equivalente a cerca de R$ 900, que no Paraguai chama-se ressarcimento a dano social causado. No entanto, os rapazes afirmam que não receberam nenhum comprovante de pagamento.

Após as denúncias, a promotora Arminda Rivas, do MP, foi afastada do controle de veículos. Tam­bém foi instaurado um procedimento para investigar sua gestão.

Procedimento

Os brasileiros Marcos Vinícius Alves Bálsamo, 24 anos, e Paulo Henrique Lakus Lopes, 20 anos, foram parados em uma blitz no centro de Ciudad del Este com outros quatro motoristas. Funcio­nários do Ministério Público, acompa­nhados da Polícia Nacio­nal, aplicaram o teste e o resultado foi idêntico nos seis motoristas: 1,5 grama de álcool por litro de sangue. "O que nos chateia é que não nos negamos a fazer o teste. Eu ainda estava com uma criança no carro e não tinha bebido", diz Lakus.

Apesar de estranharem, os brasileiros não desacataram as autoridades paraguaias e foram até o Ministério Público onde a sanção foi aplicada. Ambos saíram do país vizinho sem o carro. Quando retornaram no dia seguinte para retirar o veículo, não receberam comprovante do pagamento da taxa cobrada. "Nós questionamos a falta do comprovante de pagamento e o procedimento do álcool teste. Não houve troca de pipeta para fazer o teste", diz Bálsamo.

A aplicação do álcool teste no Paraguai tem gerado reclamações inclusive de proprietários de casas noturnas locais. O procedimento em si não tem sido questionado. As reclamações são direcionadas aos excessos cometidos em locais onde há inclusive denúncias de cobrança de propinas. A situação tem desestimulado brasileiros a cruzarem a fronteira à noite para frequentar os inúmeros atrativos existentes do outro lado da fronteira, incluindo cass inos, restaurantes e boates.

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