• Carregando...

Reconhecida pelas políticas de inclusão em seu vestibular, com as bancas especiais e o sistema de cotas, a Universidade Federal do Paraná (UFPR) dá hoje o primeiro passo para estender a iniciativa à comunidade acadêmica: a instituição lança às 10h30, no prédio histórico da Praça Santos Andrade, o programa "Integrar com Educação", que pretende suprir as demandas de alunos, professores e servidores com algum tipo de deficiência – seja na infra-estrutura, na parte didático-pedagógica ou no atendimento.

A solenidade, que terá a participação de representantes de entidades de apoio às pessoas com deficiência, além do senador Flávio Arns e do deputado estadual Ângelo Vanhoni (ambos do PT), será realizada no Núcleo de Apoio às Pessoas com Necessidades Especiais (Napne) – espaço que também será inaugurado na ocasião.

"Se existe uma instituição que precisa dar o exemplo com boas condições para as pessoas com necessidades especiais, é a nossa", resume o reitor, Carlos Augusto Moreira Júnior. "Nós atendemos bem essa parcela da população no nosso vestibular, mas quando eles entram na universidade são praticamente esquecidos", acrescenta. Ele ex-plica que a idéia é dotar todos os câmpus de condições ideais de acessibilidade, de forma a atender satisfatoriamente os portadores de diferentes tipos de deficiência no universo acadêmico.

Nesse sentido, a escolha da coordenadora do núcleo é emblemática: a professora Neusa Moro é cadeirante há quatro anos. "Já tive muita dificuldade para circular por aqui, mas agora, com esse esforço conjunto da Pró-reitoria de Graduação (Prograd) e da atual gestão na reitoria, pretendemos melhorar as condições em todos os setores da universidade", comenta. "Vamos fazer um levantamento das necessidades, adaptações e das dificuldades psicopedagógicas e, a partir daí, entrar em contato com cada departamento e assessorá-los, para que eles possibilitem uma integração real às pessoas com deficiência."

O funcionamento do Napne no câmpus central da universidade também é cheio de simbolismo, já que as escadarias do prédio histórico sempre funcionaram como uma logomarca da falta de acessibilidade da instituição. O evento de hoje também marca a inauguração da nova rampa de acesso na parte da frente do prédio. "Agora ela atende a todas as especificações legais, eu já testei e está bem mais fácil para entrar", revela a coordenadora do programa. A parte de trás do edifício também tem novos acessos, bem como o seu interior.

O Napne vai contar com pedagogos com formação específica no atendimento a pessoas com deficiência – um para deficientes visuais e outro para auditivos – , o suporte de engenheiros para a parte arquitetônica e duas psicólogas que vão prestar atendimento psicopedagógico a professores e estudantes, além de cinco alunos bolsistas nas áreas de Pedagogia, Psicologia, Terapia Ocupacional e Informática. "Também tivemos a colaboração de dois professores do Departamento de Informática, que vão apresentar dois softwares para auxiliar os deficientes auditivos e visuais e devem ser instalados hoje [ontem]", acrescenta Neusa. "Devemos ter em breve ainda um para portadores de deficiência motora e outro para os alunos disléxicos."

Segundo o último levantamento disponível, a UFPR tinha, em 2004, 1.092 pessoas com deficiência, entre professores, funcionários e alunos.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]