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Prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade: projeto para novo espaço cultural e para manter câmpus do curso de Direito | Albari Rosa / Gazeta do Povo
Prédio histórico da UFPR, na Praça Santos Andrade: projeto para novo espaço cultural e para manter câmpus do curso de Direito| Foto: Albari Rosa / Gazeta do Povo

Polêmica

Ideia divide comunidade acadêmica

O prédio histórico da Santos Andrade, o símbolo máximo da Universidade Federal do Paraná (UFPR), ainda vai continuar abrigando o curso de Direito. Com a reforma, os cursos de Psicologia e Produção Cênica serão instalados nos câmpus Rebouças e Riad Salamuni, respectivamente. Para quem deve dividir o prédio com as novas atividades culturais, a dúvida é sobre como será a convivência. Em 10 de novembro, houve uma reunião com o reitor Zaki Akel Sobrinho e, para esclarecer dúvidas, um novo encontro deve ocorrer nos próximos dias.

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Transformar o prédio histórico da Universidade Federal do Paraná (UFPR) em um espaço de interação entre a comunidade local e acadêmica por meio da cultura. Chamado de Corredor Cultural, o projeto prevê a revitalização e instalação de aparatos culturais (teatro/cinema, museu e cibercafé) no edifício da Santos Andrade e a reforma da Reitoria, na Doutor Faivre. A intenção é aproveitar a existência do Teatro Guaíra e da Caixa no percurso e criar um perímetro de um quilômetro voltado à cultura. Mais do que oferecer atrações à comunidade, a transformação de um símbolo de Curitiba pode trazer vida à região, aumentando a circulação de pessoas.O projeto ainda não foi concluído, mas sua execução é dada como certa. Estima-se que serão necessários entre R$ 20 e R$ 30 milhões. O início das mudanças está marcado para 2011, com prazo de duração entre 12 e 18 meses. Aos saudosistas, o reitor da UFPR, Zaki Akel Sobrinho, promete que não haverá mudança que descaracterize o prédio histórico, que é tombado e considerado patrimônio do município. "Consideramos trazer extensão e cultura algo tão importante quanto o ensino", afirma Akel Sobrinho.

Atualmente, de certa forma, o espaço já é palco de atividades culturais. Há local para trabalho e ensaio de cinco grupos artísticos de dança, música, orquestra, teatro e projetos de dança e musicalização infantil. A pró-reitora de Extensão e Cultura, Elenice Novak, esclarece que a revitalização reorganiza o prédio. "Atualmente, em decorrência do crescimento das atividades ao longo dos quase 100 anos, as atividades administrativas, didáticas e culturais estão distribuídas desordenadamente no prédio", diz. O objetivo é que as atrações culturais não atrapalhem o curso de Di­­reito, que vai permanecer no es­­paço.

A arquiteta Dora Peixoto, membro da Associação Brasileira dos Escritórios de Arquitetura (Asbea), considera o projeto como uma abertura de portas da universidade para a comunidade. "Só quem frequenta as atividades culturais existentes são os estudantes, limitando sua divulgação. Com a reforma, deve haver mais público", opina.

Uma universidade deve estar de portas abertas à comunidade, na opinião da professora do Departamento de Arquitetura da UFPR e coordenadora do Plano Diretor da instituição, Maria Luiza Marques Dias. "Estamos convictos de que será um grande projeto para a universidade e para a cidade. A ideia é que a instituição não seja um espaço fechado, que seja de todos", explica.

O coordenador do Curso de Arquitetura e Urbanismo da Pontifícia Universidade Católica (PUCPR), Carlos Hardt, considera desejável o uso contemporâneo de um edifício antigo, mas sugere que o sucesso da iniciativa está atrelado a sua administração. "Nós temos vários exemplos de edifícios que têm sua arquitetura protegida e são usados por atividades que não eram as de origem. Mais do que o projeto, a gestão precisa permitir o vínculo com a comunidade", pondera. Assim como ocorrido recentemente, a intenção é que as ações culturais sejam recorrentes no Corredor Cultural, a exemplo do que aconteceu recentemente na Virada Cultural de Curitiba.

Conforme Maria Luiza, ainda, a reforma ajuda na recuperação de áreas centrais degradadas. "Há essa tendência. Ainda mais porque a universidade é grande geradora de público. Na Reitoria, são mais de mil alunos. E no Direito, por si só, são mais 500", afirma. Dora lembra que os benefícios se estendem à segurança pública do local. "É um projeto pontual, não vai resolver a violência dos espaços laterais, mas vai tornar aquela região mais segura", diz. Pro­curada pela reportagem, a pre­feitura municipal de Curitiba, por meio da Fundação Cultural, afirmou que apoia institucionalmente o projeto.

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