• Carregando...
“Quando foi criada, em 1912, a universidade tinha foco em criar a identidade intelectual do povo do Paraná e preparar os jovens que iam desenvolver o estado. No próximo cenário, temos de ajudar a forjar um projeto estratégico e discutir grandes temas contemporâneos.” | Walter Alves/ Gazeta do Povo
“Quando foi criada, em 1912, a universidade tinha foco em criar a identidade intelectual do povo do Paraná e preparar os jovens que iam desenvolver o estado. No próximo cenário, temos de ajudar a forjar um projeto estratégico e discutir grandes temas contemporâneos.”| Foto: Walter Alves/ Gazeta do Povo

No Facebook

Alunos enviam perguntas ao reitor da universidade

A Gazeta do Povo perguntou, por meio da página do Facebook do caderno Vida na Universidade, quais questões os estudantes da UFPR gostariam de fazer ao reitor da instituição. Veja uma delas.

Como a UFPR está se preparando para a Olimpíada do Rio e para a Copa de 2014? O que esses eventos podem trazer de benefícios para a universidade e como ela e seus profissionais podem colaborar?

Julimar Pereira, doutoranda em Educação Física.

Um dos objetivos da próxima gestão é fortalecer e buscar patrocínio e mais infraestrutura para o esporte universitário. Estamos criando uma nova mentalidade para o esporte, tanto para as modalidades de alto desempenho como para as atléticas, que fazem o papel de agregação, de convívio e de qualidade de vida para alunos. Também conquistamos uma pista de atletismo padrão Londres junto ao Ministério do Esporte. Foi feita a aquisição de material importado e no ano que vem vamos fazer a parte civil da obra. A pista deve estar pronta até o próximo ano e, se formos eficazes nesta construção, também conseguiremos o ginásio poliesportivo já solicitado.

Mesmo sendo um fator de proliferação de doenças, por que não dão um jeito nas pombas da Santos Andrade e nos cachorros do Centro Politécnico?

Eduarda Lemos e Aline Quadros, estudantes de Direito.

Há pessoas que usam o Centro Politécnico como um local de "desova" de animais. Jogam os cachorros ali e as pessoas que trabalham no local os alimentam. Já tivemos ações com ônibus castra-móvel, fazendo avaliações, dando vacinas e dicas para evitar a procriação. Já as pombas são um problema de meio ambiente, a universidade não pode ter nenhum tipo de ação.

Por que a faculdade está sendo pintada de branco? É a cor original, mas a atmosfera original era diferente, não passava ônibus e carro por todos os lados!

Jackson Weisheimer, estudante de Direito

O prédio sempre foi branco, então, resgatando o padrão histórico original, nada mais apropriado do que relembrar as raízes. Foram 11 tonalidades de branco testadas até achar o branco correto. O bege disfarçava bem a sujeira, mas o que é melhor: fazer a manutenção ou ter uma cor que esconde sujeira e deixar anos sem cuidar?

Durante o período de greve, a atenção da Reitoria foi quase irrisória e as políticas de negociação e abertura mínimas. Uma proposta da sua chapa na eleição mencionava a intensificação do diálogo com as entidades internas e externas. Suas atitudes contradizem suas propostas?

Leonardo Lima, do Movimento Estudantil da Universidade

Quem conhece a amplitude de temas negociados vê que é bem o contrário. Tínhamos mais de cem itens de negociação e em poucos meses já cumprimos 46 deles. Tivemos negociações específicas e mais a pauta unificada. Foram inúmeras reuniões e estamos fazendo o acompanhamento, não paramos de trabalhar. Não precisamos de pressão para agir, trabalhamos com muito diálogo.

No momento das celebrações do centenário da Universidade Federal do Paraná, Zaki Akel foi reeleito reitor com 61% dos votos e renovou o mandato por mais quatro anos. Zaki recebeu a reportagem em seu gabinete para falar sobre o que se espera da instituição a partir de 2012.

Assim que as comemorações oficiais do centenário cessarem, quais serão as prioridades da universidade?

A ideia da comemoração do centenário é celebrar as conquistas, são 100 anos de trajetória transformando o estado. Para nós, é uma grande alegria reunir o povo do Paraná para abraçar sua universidade, que não é do MEC [Ministério da Educação] e nem do reitor, é do povo do estado do Paraná. E, obviamente, como parte dessas reflexões já começamos a olhar para o segundo centenário e imaginar novos desafios.

Quais são esses novos desafios?

Quando foi criada em 1912, a universidade tinha foco em criar a identidade intelectual do povo do Paraná e também preparar os jovens que iam desenvolver o estado. Hoje esse papel já vem sendo cumprido pela universidade e vemos nossos egressos brilhando em várias áreas. No próximo cenário, temos de ajudar a forjar um projeto estratégico e discutir grandes temas contemporâneos da comunidade, desde a sustentabilidade, às matrizes energéticas renováveis e a própria educação.

Como a universidade se vê como agente transformador da educação em outros níveis além do ensino superior?

Diante de um novo Plano Nacional de Educação, que vai ser aprovado pelo Congresso, imagino que vamos ter grande participação da universidade no ensino fundamental e médio. Essa é uma obrigação da universidade, preparar os professores que vão dar o salto na educação do país. Nossa universidade tem um grande volume de licenciaturas que vão além da Pedagogia. Nosso setor de Educação é um dos mais importantes do país. Na outra ponta também formamos quadro para universidades particulares e estaduais. Por sermos a mais antiga e a maior do estado, estamos com esse compromisso de formar talentos para área acadêmica.

Como avalia o avanço nas áreas de pesquisa, desenvolvimento e inovação da universidade?

Temos uma massa crítica com mais de 1.700 doutores e 500 mestres em 112 cursos de mestrado e doutorado e temos de avançar no campo da ciência, da pesquisa básica e da aplicada. Anos atrás dizíamos: "Vamos ver se chegamos com 100 patentes ao centenário", pois vamos chegar com 230 patentes e 11 contratos de ciência e tecnologia. Tínhamos há quatro anos apenas um contrato.

O que essa evolução representa para a comunidade?

Representa a aplicação de tudo o que desenvolvemos na universidade em benefícios acessíveis à população. São novos insumos agrícolas que melhoram a produtividade da nossa agricultura, são variedades de cana-de-açúcar que vão melhorar a produção de alimentos e a matriz energética renovável, são fatores ligados à questão das pessoas com necessidades especiais. Estamos de fato com o olhar de uma universidade contemporânea absolutamente inserida no tecido social do estado.

De que maneira vemos esse aumento da interação da universidade com a população e os resultados no desenvolvimento do estado?

Falávamos há pouco do papel que nossa universidade terá nesse novo ramal ferroviário que vai ligar Guarapuava ao Porto de Paranaguá. Será uma equipe da nossa universidade que vai produzir esse projeto interdisciplinar. Vamos dar suporte porque temos competência instalada em todas as áreas que envolvem o projeto, ajudando na parte de infraestrutura, com melhorias no porto e discussão sobre novas rodovias. A universidade vai relembrar ou reviver o papel que teve quando houve o primeiro surto de desenvolvimento no Paraná nos anos 1960, quando surgiram as raízes da Copel, da Sanepar, do Departamento de Estradas e Rodagem. Eram professores da universidade que foram dirigir esses órgãos públicos e que alavancaram o desenvolvimento do Paraná.

E como pretende alavancar a internacionalização da UFPR?

Estamos inseridos nesse movimento de internacionalização. A avenida mais comentada é o Ciência sem Fronteiras, mas o programa é só um pedaço. É importante, pois permite a mobilidade de alunos e professores, mas temos na UFPR os contratos e acordos bilaterais, parcerias com grandes universidades do mundo e programas em cooperação, que chamamos de dupla diplomação. Queremos no próximo estágio aprofundar pesquisas em conjunto.

A falta de domínio de idiomas estrangeiros de estudantes e professores é um obstáculo?

Hoje ainda é um problema. No próprio Ciência sem Fronteiras tem sobrado bolsas por que não tem aluno com domínio linguístico suficiente para fazer a mobilidade. O MEC está desenvolvendo um programa com laboratórios de línguas, cursos de idiomas, material para educação a distância e vai haver a partir de 2013 um grande esforço para que os alunos façam reforço de idiomas.

E a UFPR também vai oferecer mais oportunidades para os universitários desenvolverem outros idiomas?

Estamos montando programas de laboratórios de idiomas, abrangendo nossos alunos de Palotina e do Centro de Estudos do Mar. Estamos trabalhando na ampliação da capacidade de atendimento do Celin (Centro de Línguas e Interculturalidade) e tivemos reunião com uma universidade da China e possivelmente no ano que vem teremos o Instituto Confúcio, com ensino do mandarim e difusão cultural da China em Curitiba.

Como estão as negociações levantadas pela greve?

Estamos trabalhando sobre as pautas e fazendo avanços. Este é um momento de avanço da universidade, não entendemos a negociação de pauta de greve como derrota ou vitória para a administração. Entendemos que é um momento que tencionamos alguns pontos e avançamos. São 114 itens nas três pautas e temos também a pauta unificada. Conseguimos resolver várias situações e outras vamos equacionar ao longo do ano, pois algumas dependem de licitações ou discussão em conselhos superiores.

0 COMENTÁRIO(S)
Deixe sua opinião
Use este espaço apenas para a comunicação de erros

Máximo de 700 caracteres [0]