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Louise foi morta em 2011. Seu corpo foi achado em uma cava | Arquivo familiar
Louise foi morta em 2011. Seu corpo foi achado em uma cava| Foto: Arquivo familiar

Condenações

Outros dois envolvidos na morte de Louise Sayuri Maeda já foram condenados. O primeiro julgamento, em agosto de 2013, levou Márcia Nascimento a 19 anos de reclusão por homicídio triplamente qualificado e ocultação do cadáver. A denúncia do Ministério Público foi aceita na sentença. Em fevereiro deste ano, Élvis de Souza foi condenado a 21 anos, também por homicídio triplamente qualificado e ocultação de cadáver.

Ocorreu ontem na 1.ª Vara do Tribunal do Júri, em Curitiba, o julgamento de Fabiana Perpétua de Oliveira, 23 anos, última acusada de participar da morte da universitária Louise Sayuri Maeda. Estiveram presentes cerca de 20 familiares da vítima, alguns vestindo camisetas com frases de apoio. "Esperávamos que a justiça dos homens fosse feita", disse uma das parentes, que não quis se identificar por medo de represálias. O resultado não foi publicado até o fechamento desta edição.

O julgamento começou às13h. O primeiro a ser ouvido pelo júri foi um policial civil que participou da investigação. Por volta das 14h, Fabiana foi interrogada. A ré negou participação no crime. "Quero falar que eu realmente não sabia de nada. Para mim, a gente ia apenas sair para beber um chope", disse. As outras testemunhas foram dispensadas.

O assistente de acusação, Gianfranco Petruzziello, pediu para Fabiana fazer uma reconstituição do dia e perguntou se ela sabia que Márcia Nascimento, uma das responsáveis pelo assassinato, tinha uma arma em casa. A acusada confirmou. Fabiana declarou que foi coagida depois do crime. "A Márcia vivia dizendo que eu não poderia falar nada sobre o acontecido, então fui ameaçada", disse Fabiana.

Petruzziello também perguntou como foram os 17 dias depois do assassinato. "Foi complicado. Eu tive que começar a inventar histórias, inclusive para o policial que foi até a loja conversar com a gente", declarou. A acusada afirmou ainda que estava sendo ameaçada por Márcia dentro da cadeia. "Ela dizia que depois que a gente saísse da cadeia a gente iria acertar as contas", contou.

Debate

Durante o debate, o advogado da acusada, Juliano Flenik, sustentou a afirmação de que Fabiana não sabia sobre o crime. "Nós procuramos mostrar 11 quesitos de defesa, como por exemplo o desconhecimento do fato e a inexistência de conduta. Trabalhamos também com a questão de que a Fabiana na época tinha menos de 21 anos", disse.

Já a acusação trabalhou com o argumento de que a ré sabia do fato. "A defesa veio com uma tese surpreendente de que a Fabiana não sabia o que iria acontecer. Nós rechaçamos e mostramos que ela sabia", afirmou Petruzziello.

O caso

Louise desapareceu em 31 de maio de 2011 após sair do trabalho. O corpo foi encontrado dia 17 de junho em uma cava do Rio Iguaçu, em Curitiba. Márcia e Fabiana foram detidas na madrugada seguinte à confirmação da morte da universitária. Élvis de Souza, namorado de Márcia e acusado de participar do assassinato, se entregou à polícia no dia 23 de junho. No dia 15 de julho, uma reconstituição dos fatos foi realizada pela polícia. O procedimento foi feito com base no depoimento de cada um dos três acusados. No dia 6 de outubro, o processo foi desmembrado porque a defesa de uma das acusadas pediu um exame de sanidade mental.

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