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A empresa Ultragaz fechou ontem à tarde o primeiro acordo com os moradores das nove casas atingidas pelas explosões de quatro cilindros de gás no armazém da empresa Sal Diana, em Paranaguá, na última sexta-feira. As 20 pessoas desabrigadas que moravam em cinco casas destruídas vão continuar hospedadas em um hotel, até que seja concluído o relatório final referente às indenizações que serão pagas.

As famílias terão café da manhã, almoço e jantar. Cada morador vai ganhar R$ 150 para comprar roupas e produtos de higiene. Remédios, inaladores e outros medicamentos de primeiras necessidades também serão pagos pela Ultragaz.

A idéia inicial, segundo João Gabriel Filho, funcionário da Ultragaz que participou da negociação, é atender quem perdeu tudo. A empresa responde pelos prejuízos porque o acidente teria acontecido quando dois de seus funcionários estavam fazendo o reabastecimento e a manutenção dos cilindros de gás liquefeito de petróleo (GLP).

A moradora da casa 7, Hortência Botelho de Oliveira, conta que só foi possível salvar algumas peças de roupas e um par de chinelos. "O resto o incêndio queimou. Tivemos muita sorte porque estamos vivos. Um dos cilindros atingiu em cheio a nossa casa", diz. Ela está no hotel com três netos, a nora e dois filhos. "Agradecemos as pessoas que doaram roupas e a empresa que está nos dando assistência. Não tínhamos para onde ir", conta. Ela e a família pretendem sair de Paranaguá. "Morávamos em uma zona de risco e para lá não quero mais voltar", comenta.

Para as outras 21 pessoas que continuam vivendo nas quatro casas que tiveram a estrutura abalada, a empresa se comprometeu a consertar o telhado e avarias que possam comprometer a segurança. O levantamento começou a ser feito ontem. "Eu não vou sair daqui para ir morar em um lugar longe do Centro. Se der para consertar, quero continuar vivendo nesta rua", diz o morador da casa 4, Mílton Evangelista de Souza.

Para a moradora da casa 1, Berenice de Oliveira Santos, o jeito é sair do local. "Nem que seja para longe, eu vou aceitar um novo lugar para morar. Aqui não vivo mais, é uma área de muito risco", diz.

O secretário municipal de Segurança Pública e coordenador da Defesa Civil em Paranaguá, Álvaro Domingues Neto, admite que muitas famílias vivem em situação de risco, pois estão ao lado de empresas de grande porte que também usam o GLP. "A partir do nosso plano diretor pretendemos retirar estas pessoas. De imediato, a prefeitura vai ceder terrenos para as famílias prejudicadas pela explosão", afirma.

Há também um outro grupo de pessoas, proprietárias de 34 casas que foram indiretamente atingidas, que estiveram na reunião. Elas moram no Jardim Guadalupe, que fica nos fundos de um dos armazéns da empresa Sal Diana. Todas pediram a reposição de telhas e vidros quebrados, o que também deve ser atendido pela Ultragaz.

A Sal Diana ainda não fechou o balanço dos prejuízos, mas estima-se que as perdas devam chegar a pelo menos R$ 2 milhões. Ontem os funcionários retornaram ao trabalho, mas o local do acidente ficou interditado.

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