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Protesto da quarta-feira (28) | Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Povo
Protesto da quarta-feira (28)| Foto: Luiz Carlos da Cruz/Gazeta do Povo

Um dia após a manifestação que parou a cidade de Quedas do Iguaçu em atos contra a onda de ocupações promovidas pelo MST (Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra), um caminhão de uma empresa de materiais de construção da cidade foi vandalizado por um grupo de sem-terra na tarde desta quinta-feira (29). O veículo foi abordado pelo grupo no momento em que fazia entrega de materiais em dos acampamentos montados pelo movimento.

De acordo com o empresário Volmar Constantini, dono do caminhão, o motorista e o ajudante foram obrigados a sair do veículo enquanto os sem-terra pichavam o veículo com inscrições como “capacho da Araupel” e “Araupel assassina”. Os funcionários não foram agredidos e voltaram para a cidade com o veículo avariado.

Para Constantini, que já foi presidente da Aciqi (Associação Comercial e Industrial de Quedas do Iguaçu), a ação do MST foi em resposta a participação dele em entrevista a uma emissora de rádio e no próprio protesto realizado na quarta-feira (28), quando o comércio fechou e a população foi às ruas em protesto contra o MST. “Foi um vandalismo, vou ter que reformar o caminhão, mas não vou me estressar”, disse o empresário.

Para Constantini, o conflito agrário começa a fugir do controle e, segundo ele, a culpa pelo problema recai sobre o governo do Paraná que não cumpre os mandados de reintegração de posse expedidos pela Justiça.

Um boletim de ocorrência sobre o incidente foi registrado na Polícia Civil

Outro lado

O MST confirmou que a ação foi uma resposta ao empresário que, segundo eles, tem se levantado contra o movimento e pedido constantemente o despejo das famílias. Na quarta-feira, Constantini foi um dos empresários que fechou sua loja e liberou os funcionários a participarem de um protesto contra as ocupações do MST.

Rudmar Moeses, integrante do MST, disse que foi um fato isolado, mas ressaltou que “para toda a ação há uma reação” e que as famílias estão revoltadas com a atitude do empresário. Segundo ele, em reuniões dentro do assentamento a coordenação sempre defendeu que os sem-terra adquirissem, sempre que necessitassem de materiais de construção da empresa de Constantini por ter preços acessíveis. “Foram muitas vezes que ele levou materiais lá no assentamento e agora ele faz isso”, afirmou.

Moeses, que não estava em Quedas do Iguaçu no momento do incidente, disse que isso não vai acontecer com os demais empresários, pois o movimento sabe que o comércio só fechou durante a manifestação em favor da Araupel porque a Aciqi solicitou. Segundo ele, muitas das empresas que participaram do protesto são parceiras do MST. “Nós entendemos que a Aciqi ordenou o fechamento”, disse.

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