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Curitiba – As capitais brasileiras contam com uma população predominantemente católica, que habita os bairros mais centrais das cidades. O segundo grupo religioso mais importante, os evangélicos, ganha fiéis em ritmo acelerado e sua penetração cresce em sentido aos bairros mais afastados e cidades das regiões metropolitanas. Essas conclusões estão no livro Religião e Sociedade em Capitais Brasileiras (PUC/RJ e Loyola), dos pesquisadores César Romero Jacob, Dora Rodrigues Hees, Philippe Waniez e Violette Brustlein.

O estudo mapeia a religiosidade dos habitantes das 19 capitais mais populosas do Brasil. Segundo César Romero, chefe do departamento de Comunicação da PUC-RJ e coordenador do projeto, o livro tem como mérito mostrar as características comuns da religiosidade do brasileiro ao mesmo tempo em que evidencia as particularidades de cada cidade.

Curitiba, que aparece como a nona capital em porcentual de católicos nas capitais brasileiras, com 70% da população declaradamente seguidora da Igreja Romana, também apresenta concentração de fiéis nos bairros centrais, como Água Verde e Batel. Mas o maior índice de católicos da Grande Curitiba está nos municípios de São José dos Pinhais e Araucária. "Até 88% da população se declara católica nessas cidades", explica Romero.

Para o professor de Teologia da PUC-PR, Mário Betiato, a forte presença de colônias italianas e polonesas nas duas cidades pode explicar a pouca representatividade das religiões pentecostais nesses dois municípios. "São etnias tradicionalmente católicas."

Por outro lado, em bairros mais afastados do centro, especialmente, os da parte norte da capital, como Abranches e Santa Cândida, os pentecostais chegam a 20% da população.

O mesmo ocorre com os municípios de Almirante Tamandaré e Colombo, localizado ao norte de Curitiba, que contam com Índices de Desenvolvimento Humano (IDH) – indicador que mensura a qualidade de vida nos municípios –, piores que os de São José dos Pinhais e Araucária. "Em geral, as igrejas pentecostais têm um discurso mais próximo das camadas mais humildes. Os evengélicos tradicionais e os católicos têm um rito um pouco mais complicado que pode dificultar a compreensão do culto", diz Paulo Roberto Quentino, pastor e secretário-executivo da Conveção Brasileiras das Igrejas Evangélicas Irmãos Menonitas.

Dentre os evangélicos pentecostais, os fiéis da Igreja Assembléia de Deus chegam a 4% da população, seguidos pelo Evangelho Quadrangular, que conta com 3,2% dos curitibanos, a Congregação Cristã, com 2,9% e a Igreja Universal do Reino de Deus, com 1,6%.

"A localização da Congregação Cristã no mapa também revela uma particularidade em Curitiba. Esses fiés estão concentrados praticamente em dois bairros: São Miguel e CIC", ressalta Romero.

Já entre os chamados evangélicos de missão, o grupo mais expressivo na capital paranaense é o dos batistas, com 1,3% da população. Mas, de acordo com o coordenador do estudo, chama a atenção a forte presença de luteranos. "Esse grupo aparece mais em Curitiba do que a média das outras cidades e está basicamente localizado nas regiões centrais."

O livro também revela que a presença de judeus, muçulmanos, e de fiéis de religisões afro-brasileiras é pouco significativa. "O que pode acontecer é que a pessoa freqüente a umbanda e o candomblé, mas ao responder a pesquisa, diz ser católico. Esse foi um fator que verificamos em Salvador por exemplo, onde muita pouca gente se assumiu como umbandista, por exemplo"

Os habitantes da Grande Curitiba que declararam não ter religião não alcançam 6%, um dos menores porcentuais das capitais brasileiras.

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