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Uma agência de marketing ocupou uma vaga de estacionamento na Rua Moysés Marcondes, literalmente, trabalhando nela | Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo
Uma agência de marketing ocupou uma vaga de estacionamento na Rua Moysés Marcondes, literalmente, trabalhando nela| Foto: Ivonaldo Alexandre/Gazeta do Povo

Madri

A capital espanhola acaba de lançar um Plano de Mobilidade, válido até 2020. O documento é bastante agressivo em novas restrições à circulação de carros e a espaços para estacionamento. Uma das medidas, por exemplo, determina que, a partir de 1º de janeiro de 2015, somente carros de moradores poderão circular na área central da cidade.

  • Monsenhor Celso foi bloqueada para atividades de recreação
  • À noite, cerca de 1,2 mil pessoas pedalaram pela cidade

No Dia Mundial Sem Carro, comemorado ontem, quem passou pela Rua Moysés Marcondes de manhã deparou-se com algo inusitado: uma vaga de estacionamento transformada em escritório. A ocupação do espaço foi ideia de uma agência de mar­keting, que replicou o ambiente de trabalho na vaga. Durante toda a manhã, cerca de 20 pessoas utilizaram a vaga-viva decorada com cadeiras, mesa, tapetes e até plantas para trabalhar.

"Uma das críticas contra as vagas-vivas é de que as pessoas que fazem são desocupadas. Nos mobilizamos para mostrar que a vaga é realmente um espaço público que pode ser ocupado inclusive para trabalhar. Assim, tornamos o tempo de ocupação útil", explicou Cristhian Stange, diretor de criação da agência.

Também foram montadas vagas-vivas na Avenida Cândido de Abreu e na Rua Monsenhor Celso, onde parte da via foi bloqueada pela Setran para que fossem organizadas atividades para crianças e pedestres.

Além das vagas-vivas, o Dia Mundial Sem Carro foi marcado pela inauguração oficial da Praça de Bolso do Ciclista, localizada na esquina das ruas São Francisco e Presidente Faria. A praça foi construída pela própria comunidade em parceria com a prefeitura, que doou o terreno, e a ONG CicloIguaçu. De lá saiu a Marcha das Bicicletas 2014, que percorreu mais de 12 km, passando pelo Centro Cívico, Juvevê, Alto da XV, Centro e Batel. Por volta das 20 horas, cerca de 1,2 mil pessoas participavam da marcha, segundo os organizadores.

Congestionamento

Além das iniciativas em defesa da bicicleta, não houve maiores sinais de que ontem era o dia de deixar o carro na garagem. A Setran não divulgou levantamento com o número de veículos que circularam pela cidade, porém, aparentemente, o fluxo de veículos manteve-se normal. Segundo dados do site de monitoramento de trânsito MapLink, a média de congestionamento registrada ontem foi de 75 km.

É difícil precisar se a baixa adesão ocorreu por falta de interesse ou por desconhecimento. O motorista Joel Ritter contou que soube do Dia Mundial Sem Carro por meio do jornal, no horário de almoço. Ele utiliza o carro diariamente e não cogita substituí-lo pela bicicleta porque tem de percorrer uma longa distância de casa até o trabalho.

O engenheiro ambiental e membro da ONG CicloIguaçu Ivo Reck realiza todos os seus compromissos a bordo de uma bike dobrável e elenca os benefícios da escolha: mais saúde, menos poluição, estresse e tempo perdido em congestionamentos. Ele avalia que o maior desestímulo ao uso da bicicleta é a infraestrutura carente de aparelhos básicos para o ciclista, como bicicletários seguros, com armários e banheiros, e integração com o transporte coletivo. Para que a cidade se torne mais receptiva aos ciclistas, ele aposta na soma de esforços: estrutura, convivência harmoniosa com motoristas e responsabilidade dos ciclistas.

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