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Há seis anos, Flávio Stege Júnior, 28 anos, assumiu ao lado da mãe, Maria Tereza, o comando do Bar Luzitano. A grafia errada, com z, foi uma distração do avô, o português Arão da Costa Cardoso, 77 anos. Há 44, quando nem havia a canaleta do expresso em frente, Arão deixou a profissão de pedreiro em Lisboa para fundar o bar mais antigo do Juvevê.

Dos três, o Luzitano possui uma clientela mais elitizada. Nada que tire do local a alma de boteco. No balcão, médicos, advogados, engenheiros e jornalistas discutem política, futebol, o sexo oposto, entre outras trivialidades.

Para o médico radiologista Lutero Marques Oliveira, 57 anos, basta sair do Hospital São Lucas e atravessar a Avenida João Gualberto para encontrar os amigos, como o engenheiro eletrônico Daniel Moura, 51 anos, que diz ser sobrinho-bisneto do padre Landell de Moura, precursor do rádio no Brasil.

O engenheiro mecânico José Carlos Tomaz, 57 anos, é um dos que todo ano participa do churrasco oferecido pelo bar em dezembro. É quando eles fazem a churrasqueira "relinchar" e tiram as fotos entre os amigos que ilustram as paredes do estabelecimento.

As fotos, aliás, têm uma peculiaridade. Fregueses que causam transtornos, principalmente os que penduram a conta, têm o rosto marcado por um xis na foto. "O xis acabou fazendo uma triagem no bar. Depois disso, esse pessoal não veio mais. Ficaram só os amigos mesmo", revela Flávio, considerado um crânio pelos fregueses. "Ele sabe tudo de tudo, pode perguntar a capital de qualquer país para ele", indica Oliveira. "Simplesmente absorvo as coisas que ouço aqui", explica Flávio.

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