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A cotação da soja está longe de atingir os preços de abril de 2004, quando a saca do produto chegou a R$ 52,50 no Paraná. Por outro lado, está bem acima do custo variável de produção (mão-de-obra, diesel, semente e outros insumos), calculados em R$ 18,88 pela Organização das Cooperativas do Paraná (Ocepar). Diante desse quadro, o produtor tem a chance de evitar prejuízos. A melhor opção é vender o suficiente para cobrir os custos e deixar parte da produção para negociar mais tarde, avalia o presidente da cooperativa Coamo, o engenheiro agrônomo José Aroldo Gallassini.

A Coamo oferece R$ 29 por saca de soja mesmo para quem ainda vai plantar a safra 2006/07. Gallassini afirma que esse valor corresponde a quase o dobro do custo direto. Ele observa que existem sojicultores que gastam menos de R$ 15 para cultivar uma saca de soja. Apesar de considerar o quadro bastante favorável, o dirigente diz que ainda é possível "torcer para o dólar subir". A desvalorização do real frente à moeda norte-americana elevou os lucros do setor em 2004 no Brasil.

Por outro lado, ele não aposta em cotações como a de R$ 52,50 a saca, de abril daquele ano. "Isso só aconteceu quatro vezes nos últimos 33 anos", argumenta. A cotação relativamente estável entre o dólar e o real reduz essa possibilidade. Além disso, o preço da commodity depende de fatores que vão da cotação do petróleo à queda nos estoques. Como os preços atuais já estão acima da média, Gallassini afirma que cabe aos produtores decidir se aproveitam o melhor momento registrado neste ano ou esperam por ofertas mais altas, porém incertas.

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