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Alheios à discussão sobre os mistérios do espiritismo, os adeptos da doutrina sabem que a principal característica da doutrina é a prática da caridade. Só no Paraná são 308 centros espíritas ligados a 20 uniões regionais. Todos eles mantêm entidades assistenciais.

Um exemplo é a creche da Man­são Bezerra de Menezes, em Ponta Grossa, nos Campos Ge­­rais. A unidade é mantida por uma rede de colaboradores apoiados pela prefeitura, responsável pela folha de pagamento de professores e de funcionários. Localizada em um casarão próximo ao centro da cidade, a creche atende gratuitamente a 125 crianças de 6 meses a 5 anos.

Segundo o presidente da instituição, Armando Madalosso Viei­ra, a lista de espera chega a ter 200 crianças. O presidente da União Regional Espírita de Ponta Grossa, Luís Maurício Resende, lembra que a cidade tem tradição no espiritismo, o que é demonstrado pelo grande número de instituições de caridade ligadas à doutrina.

Em Curitiba, a Federação Espí­rita do Paraná mantém o hospital Bom Retiro, duas escolas profissionalizantes e três centros de educação infantil, que atendem 600 crianças. Os recursos vêm da própria Federação, de contribuições e convênios. O trabalho assistencial demonstra outra crença dos espíritas: a da reencarnação. "Se você falha em uma etapa, Deus lhe dá outra oportunidade, porque não existem penas eternas", diz o presidente da Federação, Francisco Ferraz Batista.

Os adeptos da doutrina creem na Bíblia (sob a interpretação espírita) e no poder das orações. A ponta-grossense Luci Teixeira Biscaia, que nasceu em uma família espírita, conta que quando era jovem presenciou um acidente envolvendo um caminhão e três carros. O caminhoneiro fugiu sem prestar socorro às vítimas, mas Luci resolveu segui-lo. Ela desistiu quando percebeu que a situação era perigosa, já que o caminhoneiro estava armado e atirando. "Voltei para casa e orei com todas as minhas forças. No outro dia, soube pelo noticiário que o caminhoneiro havia roubado o caminhão, mas entregado num posto de gasolina para que a polícia o devolvesse ao dono", lembra. Luci, que é médium, dirige um asilo para mulheres.

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