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O ministro das Cidades, Aguinaldo Ribeiro, sinalizou ontem, em audiência com o secretário estadual de Desenvolvimento Urbano, Ratinho Júnior, que o governo federal vai priorizar os projetos de construção de quatro corredores de ônibus BRT (Bus Rapid Transit) na Região Metropolitana de Curitiba (RMC). As propostas do governo do Paraná, avaliadas em R$ 550 milhões, pleiteiam parte dos R$ 50 bilhões em obras de mobilidade anunciados pela presidente Dilma Rousseff após os protestos pela redução das tarifas, em junho. Outra demanda do estado, o Corredor Metropolitano, estimado em R$ 707 milhões, deve ficar de fora.

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INFOGRÁFICO: Veja as propostas de novos corredores exclusivos de ônibus (BRTs)

Uma nova reunião com técnicos da administração estadual e do ministério será realizada na semana que vem, em Brasília, para aprofundar os projetos. O ministério ainda não tem uma previsão formal de quantas obras serão contempladas no pacote da mobilidade. "Vamos começar a definir termos de referência para conseguirmos então nos firmar entre os selecionados do pacote", disse Ratinho Júnior. Os quatro empreendimentos têm estudos de viabilidade prontos, mas ainda não contam com projetos executivos.

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O ministério demonstrou interesse em fazer as licitações pelo Regime Diferenciado de Contratação (RDC). Lançado em 2011 para dar agilidade ao andamento das obras da Copa do Mundo de 2014 e da Olimpíada de 2016, o RDC permite a licitação conjunta do projeto e da obra em si. "Diminui o nosso custo, porque só a despesa com o projeto é de cerca de 3% do total da obra [equivalente, no caso dos BRTs, a R$ 16,5 milhões]", avalia o secretário.

O objetivo dos corredores exclusivos é ligar quatro dos maiores municípios da RMC aos eixos de transporte urbano da capital. Dois BRTs, de R$ 175 milhões cada, preveem a ligação da Linha Verde a Colombo, pelo norte, e Fazenda Rio Grande, pelo sul.

O terceiro, estimado em R$ 100 milhões, conectaria o Aeroporto Afonso Pena ao Boqueirão, passando pelo centro de São José dos Pinhais. O último, também de R$ 100 milhões, começaria no terminal do Capão da Imbuia e terminaria em Pinhais. Os estudos de viabilidade apontam que as quatro obras atenderiam 345 mil passageiros por dia.

Já o Corredor Metro­­po­­litano, que ligaria sete municípios da RMC e desviaria o trânsito de Curitiba, além de mais caro, seria mais demorado, entre outras coisas, pela necessidade de desapropriações.

Segundo Ratinho, o ministro disse que o governo ainda não definiu como vai financiar as obras. "Haverá projeto que vai receber dinheiro da União a fundo perdido e projeto que vai ser tocado por empréstimos. Para os BRTs, nós aceitamos recursos de um jeito ou de outro."

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