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São Paulo - A audiência de conciliação, no Fó­­rum de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, entre a estudante Gei­­sy Arruda e a Universidade Ban­­deirante (Uniban) acabou sem acordo entre as partes na noite de on­­tem. Geisy pede indenização de R$ 1 milhão por danos morais. A de­­cisão do juiz deve ser conhecida em outubro ou novembro, de acordo com o Tribunal de Justiça de São Pau­­lo. O advogado da universi­­da­­de, Vicente Cascione, disse que a instituição não faria nenhuma contraproposta. Em 18 de agosto, o juiz encerrará a fase de instrução e dará 10 dias para cada advogado apresentar as alegações finais.

Vestindo uma comportada calça jeans e um casaco preto, Geisy chegou ao fórum pouco antes das 10 horas de ontem. Ela onde foi hostilizada por outros alunos em 22 de outubro do ano passado ao comparecer à aula usando um vestido curto. As imagens do episódio foram amplamente divulgadas na internet.

"Não se faz acordo com quem pede algo absolutamente descabido", disse Cascione sobre o pedido de Geisy. Ele alegou que a estudante foi a única responsável por tudo que aconteceu e que ela é quem deveria pagar uma indenização à Uniban. "Tudo que ela fez foi no sentido de se expor e desencadear um processo de dinâmica de grupo que era previsível", afirmou. Ainda segundo ele, Geisy não foi hostilizada pelos colegas. "A agressão verbal foi na saída, perto das catracas, quando um coro de alunos se dirigiu provavelmente à policial feminina que escoltava a Geisy", acrescentou Cascione.

Uma das testemunhas ouvidas, a estudante de Turismo da Uniban Paola Cristina Fernandes, contou que a instituição não divulgou nada a respeito de suposta sindicância para a apurar os responsáveis pela confusão. Paola, que é amiga da ex-estudante e foi transferida para outro câmpus da universidade depois de outubro, não soube de ninguém que tenha sido punido.

Geisy também levou como testemunha o segurança da Uniban Eduardo Giacon. O professor Rubens Soares, que dava aula para a turma dela quando o tumulto ocorreu, foi testemunha das duas partes. Em seu depoimento, contou que, ao perceber o aglomerado de pessoas no corredor, próximo ao banheiro que Geisy estava, foi buscar a aluna com a intenção de "preservá-la". Quando ela entrou na classe, segundo ele, os colegas se acumularam na entrada e chutaram a porta. Um dos chutes atingiu o joelho do professor e o outro, a maçaneta da porta, que também o acertou. Ele relata que, em coro, gritavam para "liberar a loira".

A Uniban levou mais seis testemunhas, entre alunos, um coordenador pedagógico, uma funcionária do RH e o chefe de segurança da universidade. Outras três testemunhas foram dispensadas. Geisy falou rapidamente ao chegar ao fórum e declarou que nenhum valor pode recompensar todo o sofrimento pelo qual passou. Em seu depoimento, contou em de­­talhes o ocorrido e respondeu questionamentos do advogada da Uniban sobre os trabalhos que tem feito depois que se tornou conhecida.

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