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Campo Mourão – A universitária paranaense Karla Vicentini, de 22 anos, que embarcou no início de janeiro para os Estados Unidos, está desaparecida há uma semana. Karla saiu de Goioerê, na Região Centro-Oeste do estado, para participar de um programa de intercâmbio da agência World Studies Educação Intercultural. O objetivo era trabalhar e estudar inglês. A mãe, Tânia Maria Pereira Vicentini, conta que não tem notícias da estudante desde quinta-feira passada. "Antes, todas as noites ela ligava", relata. As ligações eram feitas para a família e também para o namorado, que mora em Niterói (RJ).

A mãe acredita que a filha deve estar sendo mantida em cárcere privado e que as informações que poderiam levar à solução do caso estão sendo sonegadas. "Por algum motivo tem alguém que está com medo de contar o que sabe."

Sumiço

Karla deixou o Brasil no dia 18 de janeiro, com destino a Dover, New Jersey, para trabalhar em uma rede de lanchonetes. Ela permaneceu na cidade por duas semanas. Depois mudou para Newark, New Jersey – a oito quilômetros de Manhattan –, para morar com a brasiliense Maria Eduarda Ribeiro, que ela conheceu durante o vôo.

Na última quinta-feira, Karla saiu, por volta das 22 horas, do restaurante onde trabalhava como garçonete e foi até o local de trabalho da amiga buscar a chave do apartamento. Após tomar banho, Karla retornou ao local de trabalho da amiga e teria ficado conversando com um americano até as 4 horas, quando aceitou uma carona até o apartamento, cerca de quatro quadras do local onde ela estava.

"A amiga contou que o americano gastou cerca de U$ 90 em bebidas", contou a mãe. Ela suspeita dessa informação prestada pela amiga, afirmando que a filha não tinha o hábito de beber. "É impossível ela ter ingerido tanta bebida alcoólica." A mãe relata ainda que amiga contou que distribuiu cartazes na cidade na esperança de reencontrar Karla. "Parentes nossos que moram lá desmentiram essa versão."

Na esperança de reencontrar a filha, os pais pretendiam embarcar para os Estados Unidos, mas foram orientados por amigos da família a permanecer no Brasil. "Como o desespero tomou conta e qualquer atitude pode ser mal interpretada pelas autoridades americanas, resolvemos aguardar mais uns dias", conta o pai Orlando Vicentini, que chegou a providenciar passaporte e comprar passagens para os Estados Unidos.

Investigações

O sumiço da estudante foi comunicado pela família à Polícia Federal em Maringá e ao Ministério das Relações Exteriores. Segundo a assessoria de imprensa do Ministério, um comunicado foi enviado ao consulado em Nova Iorque para buscar esclarecimentos sobre o caso junto às autoridades norte-americanas. O órgão aguarda agora informações do consulado, que podem chegar ainda nesta semana. A partir das informações das autoridades americanas, será dado o auxílio de que a família necessita.

Na casa da família, em Goioerê, o telefone não pára de tocar com pedidos de informações sobre o caso. O telefone e o computador estão sendo os únicos meios de comunicação da família. "A cada toque desse telefone penso que é ela", diz a mãe, que espera rever a filha nos próximos dias. "Estamos fazendo orações e Nossa Senhora Aparecida vai trazer ela de volta." Segundo ela, quando for buscar a filha no aeroporto, vai viajar para pagar uma promessa. "Quero levar ela para se ajoelhar nos pés da santa e para Estados Unidos nunca mais volta. Somos felizes aqui."

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