Sala de espera da UPA Fazendinha| Foto: Antônio More/Gazeta do Povo

A falta de informação de pacientes sobre qual unidade buscar dentro Serviço Único de Saúde (SUS) quando a dor aperta é um dos principais motivos da superlotação dos setores de urgência e emergência de Curitiba. O reflexo disso são longas filas e muita demora até passar da cadeira de espera para a sala do médico. Estudo realizado em 2015 pelo Hospital Cajuru mostrou que, à época, 81% dos curitibanos não sabiam diferenciar as funções que cada instituição de saúde exerce dentro do SUS. E a situação não mudou muito de lá pra cá: atualmente, entre 60% e 70% dos 3,1 mil casos que passam diariamente pelas nove Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) de Curitiba poderiam ser resolvidos em Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

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Mas, afinal, que unidade buscar para receber atendimento médico?

A dúvida voltou à tona essa semana, quando, nas redes sociais, o prefeito de Curitiba, Rafael Greca, respondeu a uma internauta que dor de garganta com febre não é caso para procurar uma UPA. A jovem questionou ter passado seis horas na unidade do Boqueirão até conseguir consulta médica. Porém, dentro dos protocolos médicos, o caso da mulher se encaixa como situação urgente, um dos focos de atendimentos das UPAs, unidades também voltadas a situações de emergência e pronto-atendimento.

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“Essa é uma situação de urgência sem dúvida”, afirma o médico e diretor de urgência e emergência de Curitiba Vinícius Filipak. Ele pondera, no entanto, que problemas como dores de garganta, cabeça, nas costas, dor para urinar, incômodos abdominais e até mesmo sangramentos e contrações em gestantes podem ser atendidos sem nenhum prejuízo ao paciente também nas Unidades Básicas de Saúde (UBSs).

“Nós designamos as Unidades Básicas de Saúde como a porta de entrada do sistema básico de saúde. Uma unidade de Pronto Atendimento é organizada a dar atendimento rápido para situações de maior gravidade. Casos de menor gravidade podem, sem prejuízo de qualidade e de segurança, ser resolvidos nas Unidades Básicas de Saúde”, garante o médico.

Para esclarecer as dúvidas mais comuns dos usuários do SUS, o Hospital Cajuru chegou a elaborar uma cartilha com instruções sobre que tipo de serviço procurar de acordo com o problema apresentado. Confira alguns trechos:

Unidade Básica de Saúde (UBS)

Também conhecidas como “postinhos de saúde”, essas unidades são responsáveis pelos cuidados contínuos; promoção de campanhas de prevenção e vacinas; atendimentos gerais para gestantes, crianças e adultos; agendamentos de consultas com especialistas – tanto em ambulatórios especializados quanto em ambulatórios de hospitais que atendem ao SUS. O SUS em Curitiba conta com 109 UBS.

Unidade de Pronto Atendimento (UPA)

As UPAs oferecem assistência 24 horas por dia para casos clínicos de urgência e emergência – como pedras nos rins, dificuldades respiratórias, convulsões, dor abdominal e no peito, entre outros. Curitiba possui nove unidades desse tipo nos seguintes bairros: Fazendinha, Alto da Glória, CIC, Pinheirinho, Campo Comprido, Boa Vista, Cajuru, Boqueirão e Sítio Cercado.

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Pronto-Socorro

Unidade destinada à assistência a pacientes com ou sem risco de vida, cujos agravos necessitam de atendimento imediato. Pode ou não ter internação. Todos os hospitais com pronto-socorro ou pronto-atendimento devem contar com a classificação internacional de Manchester para determinar o risco da situação do paciente. Quem recebe uma classificação “vermelha” não fica na fila e vai direto para atendimento. É o caso, por exemplo, de pessoas com parada cardiorrespiratória ou inconscientes.

UPA em reforma

Está previsto para o fim deste mês o fim da reforma na UPA da CIC, em Curitiba, fechada desde novembro do ano passado. Os serviços englobam revisão elétrica e hidráulica, pintura geral interna e externa, revisão da cobertura, substituição de esquadrias de alumínio, troca do piso, instalação de cerâmica, recuperação dos portões e grades, adequação de pontos de água e esgoto e aberturas de vão em portas e instalação de barras para acessibilidade. O investimento é de aproximadamente R$ 300 mil .

Segundo a prefeitura de Curitiba, as situações de saúde não consideradas urgentes que surgem na UPA em reforma estão sendo encaminhadas para unidade básica de saúde em que o usuário é cadastrado. Já os atendimentos de urgência e emergência são encaminhados às UPAs Fazendinha, Campo Comprido e Pinheirinho.

Confira o endereço de toda as UPAs de Curitiba:

UPA Sítio Cercado
R. Dr. Levy Buquera, 158. Telefone: 3378-6405

UPA Boqueirão
R. Profª Maria de Assumpção, 2590. Telefone: 3217-1201

UPA Boa Vista
Av.Paraná, 3654. Telefone: 3251-1013

UPA Cajuru
R. Eng. Benedito Mário da Silva, 555. Telefone: 3226- 1994

UPA Pinheirinho
R. León Nicolas, 1995. Telefone: 3212-1468

UPA Albert Sabin
R. Carlos Klemtz, 1883. Telefone: 3314-5112

UPA Campo Comprido
R. Monsenhor Ivo Zanlorenzi, 3495. Telefone: 3373-1332

UPA CIC ** fechada para reforma
R. Senador Accioly Filho, 3370. Telefone: 3314-5058

UPA Matriz
Rua General Carneiro, 181. Telefone:3264-1822