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As regras das Forças Armadas Brasileiras não permitem que militares utilizem pessoal fardado e veículos oficiais para a realização de serviços particulares. A informação é da assessoria de imprensa da 5ª Região Militar e 5ª Divisão de Exército. Ontem, a Gazeta do Povo noticiou que cerca de 10 homens com uniforme militar e um caminhão do Exército fizeram a limpeza de um terreno particular no Seminário. O dono do terreno, tenente-coronel Aron José de Souza Scalon, comandante do 27º Batalhão Logístico, afirmou que pagou os soldados e que depositou o dinheiro no Fundo do Exército como pagamento pelo uso do caminhão. De acordo com a assessoria, "esta não é uma prática legal administrativa".

A assessoria de imprensa informou que nem uma pessoa comum nem qualquer militar pode pagar por serviços do gênero e que, como os soldados estavam fardados, não poderiam fazer atividades particulares. Caso ambas as partes quisessem realizar a limpeza do terreno, o acordo deveria ser fora do horário de trabalho, sem o uso da vestimenta e veículos oficiais. Mas o fato de o tenente-coronel ter depositado uma quantia no fundo poderá atenuar a situação. O valor pago não foi divulgado.

Os procedimentos iniciais para a abertura da sindicância já foram tomados, mas é necessário o aval do comandante da 5ª Região, que está em férias. Os moradores da rua onde está localizado o terreno ficaram indignados com a presença dos militares durante as cerca de duas horas em que o grupo permaneceu limpando o terreno.

O Ministério da Defesa e o comando do Exército em Brasília não se manifestaram sobre o assunto, alegando que vão esperar o resultado da sindicância. Também não informaram a que tipo de sanção o tenente-coronel está sujeito. Os soldados limpavam o terreno porque Scalon vai se aposentar e deve deixar a residência oficial em que morava, também localizada no Seminário.

O tenente-coronel Scalon preferiu não comentar o fato. Ele disse que não houve nada de errado. "Não vejo motivos para a especulação desta notícia". Quando questionado sobre o fato de a prática ser ou não frequente no Batalhão, ele disse que respeita e compreende o trabalho da imprensa, mas indagou por que os jornais não cobrem assuntos positivos relativos ao Batalhão. "Por que vocês não publicam que um grande efetivo do meu Batalhão esteve apoiando a população durante a enchente em Santa Catarina? Tive companheiros lá que ficaram mais de 20 dias praticamente só com a roupa do corpo."

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