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O sistema de transporte coletivo de Curitiba é bem visto pela população, mas os usuários estão descontentes com a superlotação dos ônibus e com o número de veículos nas linhas. É o que mostra uma pesquisa de opinião pública feita pela Paraná Pesquisas, a pedido da Gazeta do Povo. Para 69% dos entrevistados, o sistema é considerado bom/ótimo. No entanto, 64% reclamam que os coletivos estão sempre cheios e 54% acham muito grande o intervalo entre a chegada de um e outro ônibus.

Para o diretor da Paraná Pesquisas, Murilo Hidalgo Lopes de Oliveira, o levantamento indica uma mudança de foco na avaliação dos curitibanos sobre a qualidade do transporte coletivo. "Antes, o valor da tarifa era uma queixa corriqueira em qualquer pesquisa de opinião pública. Ao baixar o preço (de R$ 1,90 para R$ 1,80), a prefeitura resolveu um problema. Só que agora os usuários passaram a questionar mais a qualidade do serviço", explica.

Prova disso é que embora 47% considerem cara a passagem, apenas 8% citaram a redução do preço como uma medida que deveria ser adotada para melhorar o transporte coletivo. Outros 49% acharam justa a tarifa atual. Para Oliveira, está claro que as pessoas concordam em pagar R$ 1,80, mas desde que o serviço oferecido esteja a contento.

Aperto

É nos horários de pico que os passageiros mais sofrem. "O ônibus das 8 horas é horrível, mas nada se compara ao das 6 horas (da tarde). É um muito apertado", relata Rodrigo Ferreti, 26 anos, usuário do biarticulado Boqueirão. "Todos os dias está lotado. A prefeitura pôs um microônibus que só piorou as coisas", diz o encarregado de manutenção Ademir da Silva, 49 anos, que vem do Cajuru ao Centro com a linha Palotinos.

A superlotação, em alguns casos, provoca absurdos como o ônibus não parar no ponto mesmo com o sinal do passageiro. "É comum ele passar direto porque o ônibus está abarrotado de gente, inclusive antes da catraca, do lado do motorista", conta a auxiliar de consultório dentário Tânia Kastchuk, 29 anos. Ela usa o alimentador Maringá (no Xaxim) entre às 7h30 e 8 horas.

A situação atual, muitas vezes, leva usuários a decisões difíceis. "Tenho duas opções: ou pego o Pinhais/Guadalupe que passa a cada meia hora ou o biarticulado Pinhais que está sempre lotado", reclama o garçom João Gomes, 56 anos. "Acho que o nosso sistema é o melhor do país, mas, infelizmente, algumas linhas são carentes de ônibus", opina a cozinheira Maria Aparecida Souza Pis, 38 anos.

Muitos usuários culpam a redução da tarifa de R$ 1,90 para R$ 1,80, medida adotada pela prefeitura em junho deste ano, para embasar a suspeita de que há menos coletivos circulando nas ruas, principalmente nas linhas alimentadoras. "A prefeitura tirou ônibus das linhas para baixar o preço da passagem. Só pode ter sido isso", diz o garçom João Gomes, 56 anos.

A Paraná Pesquisas ouviu 502 pessoas entre a quinta e a sexta-feira da semana passada. Todos os entrevistados têm mais de 16 anos e usaram o transporte coletivo nos cinco dias anteriores ao estudo. A margem de erro é de 4,5% e o levantamento atinge um grau de confiança de 95%.

* Você está contente com a qualidade do serviço de transporte coletivo de Curitiba? Dê a sua opinião e conte se já passou por alguma situação desagradável dentro ou na saída do ônibus.

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