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A vacina contra o vírus da gripe deve chegar aos consumidores de Curitiba e região metropolitana com um preço 10% mais barato do que no ano passado. A procura pela imunização contra a doença, que cresce a cada ano, e a fabricação em larga escala, com a competição entre laboratórios da França, Estados Unidos e Austrália, vem forçando a queda do preço. Este ano, a dose custará entre R$ 35 e R$ 40, em média.

A partir da próxima semana, a procura só tende a aumentar nos centros de vacinação e laboratórios por conta da chegada do outono, que terá início às 15h23 de segunda-feira. O infectologista Nelson Szpeiter explica esta é a época mais recomendada para a imunização contra o vírus Influenza, causador da gripe.

"Depois de aplicada, a vacina demora 14 dias para formar os primeiros anticorpos que protegerão a pessoa contra a gripe e em 60 dias atingirá os níveis máximos de anticorpos no sangue, praticamente coincidindo com o início do inverno e o aumento da circulação do vírus pelo ar", diz ele, explicando o ciclo da vacina. Após seis meses, complementa Szpeiter, o nível de anticorpos começa a cair.

Tomada em dose única, a vacina deve ser aplicada uma vez por ano. Como o vírus Influenza sofre constantes mutações, todo ano os laboratórios desenvolvem uma vacina nova, com composição diferente, na tentativa de conter o poder infeccioso da doença. "A partir de outubro começam a ser feitas as coletas das amostras do vírus mais resistentes e que servirão para a fabricação da vacina para o ano seguinte. Esse processo demora cerca de seis meses", explica Szpeiter, que é chefe do setor de vacinas do Laboratório Frischmann Aisengart/Dasa. A vacina é produzida em ovos de galinha embrionados e combate alguns dos tipos mais graves do vírus.

O grau de eficácia da vacina em laboratório chega a 90%, mas como o vírus muda anualmente os médicos só conseguem ter uma certeza da eficiência após o período de maior incidência do Influenza, que vai de junho a setembro. "Os vírus do hemisfério sul são diferentes do hemisfério norte, por exemplo. Se alguém tiver tomado a vacina aqui provavelmente terá que tomar de novo quando chegar lá porque não estará protegido", explica o infectologista.

Para pessoas acima de 50 anos, faixa etária em que a vacina é mais recomendada, a eficácia cai para 50%. Mesmo assim, a imunização tem se mostrado eficiente nos últimos anos e gerou inclusive uma campanha nacional de vacinação para idosos feita pelo Ministério da Saúde. "A vacina em idosos ajuda a diminuir as complicações da gripe, como pneumonia, e o porcentual de mortes nessa faixa etária em função dessas complicações", explica.

A vacina também é especialmente indicada para pessoas que sofrem de doenças pulmonares, como pneumonia, bronquite crônica e asma, portadores de diabetes e aids, com problemas cardíacos, doenças do sangue ou câncer, além de profissionais de saúde.

Hoje, no entanto, está comprovada a importância da imunização em todas as faixas de idade. Para o farmacêutico José Stori, sócio da Laboran Análises Laboratoriais, a doença tem um custo alto no dia-a-dia. "A gripe gera uma crise social. Primeiro a pessoa falta ao serviço ou à aula. Quando não, ela transmite aos colegas de trabalho ou de escola que, por sua vez, vão transmitir para seus familiares", afirma. "Além de produzir muita febre, prostração, coriza e dor de garganta, a gripe pode sofrer uma complicação e isso levará em geral a um internamento hospitalar", concorda Szpeiter. Na visão do infectologista, está na hora da população investir mais na própria saúde e trocar a cultura curativa pela preventiva, combatendo doenças como a gripe antes mesmo que elas se manifestem. Cerca de 600 milhões de pessoas são atingidas pela gripe no mundo, de acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS).

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