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O número de universidades que usam o sistema de cotas sociais também é pequeno no país, embora maior que o de raciais: em todas as instituições públicas chega a 42%. Em 2010, entre os 1,7 milhão de estudantes que ingressaram no ensino superior, apenas 17 mil usaram as vagas para escola pública.

Mesmo que essa estatística reflita a falta de interesse das universidades em instituir a política de cotas no país, as que adotaram garantem que o resultado é positivo. A vice-diretora do curso de Direito da Univer­­­sidade Federal do Paraná (UFPR), Vera Karam de Chueiri, conta que a diferença é visível. "Antes era apenas uma elite que tinha acesso a cursos considerados de difícil ingresso. Hoje ando pelos corredores e vejo uma situação bem diferente. Claro que ainda está longe do ideal, mas estamos no caminho."

No curso de Medicina da mesma universidade, a situação se repete. Além de os alunos cotistas apresentarem o mesmo desempenho que os não cotistas, segundo a diretora do Setor de Ciências da Saúde da UFPR, Claudete Regiane, a tendência é de que exista uma preocupação maior com áreas do curso voltadas à saúde comunitária. "Claro que também é uma questão de gosto pessoal de cada estudante, independentemente da classe [social], mas acreditamos que a universalidade de pensamento no curso gera uma mudança direta no perfil do profissional que vai entrar no mercado de trabalho."

Cotista

A aluna do curso de Relações Públicas da UFPR Cláudia Juliane Pacheco ingressou por cotas raciais, mas sempre estudou em escolas particulares. Ela conta que conhece outros estudantes cotistas que poderiam entrar na universidade por outros meios, mas que usam as cotas porque, como ela, acreditam que se trata de inserir negros e pardos no ensino superior, independentemente da sua condição econômica e social.

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