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O governador de Santa Catarina, Luiz Henrique da Silveira (PMDB), visitou ontem os locais do Extremo Oeste do estado destruídos pelos tornados da última terça-feira. Ele comparou o cenário que viu ao de uma guerra. A força do vento, que chegou a 120 quilômetros por hora, provocou a morte de quatro pessoas e fez com que outras 18 mil deixassem suas casas, atingindo 68 cidades (23% dos municípios do estado). O ministro da Integração Nacional, Geddel Vieira Lima, comprometeu-se on­­tem a viabilizar recursos federais para os municípios atingidos. Os prejuízos estão sendo levantados.

Luiz Henrique anunciou a liberação em caráter emergencial de R$ 2 milhões para a reconstrução de escolas e de R$ 250 mil para a compra de lonas, telhas, pregos e outros materiais. Também foi determinado o deslocamento de seis viaturas da Polícia Militar para reforçar a segurança na região e evitar saques nas propriedades das vítimas do vendaval.

Enquanto visitava a região, o governador conversou por telefone com a reportagem da Gazeta do Povo. Ele disse que o estado irá "penar bastante" para a reconstrução. Santa Catarina vinha se recupe­rando da tragédia de novembro de 2008, quando a chuva causou deslizamentos de terra que vitimaram 137 pessoas e trouxeram um prejuízo de R$ 150 milhões em um mês.

Como está a situação na região atingida?

A situação é terrível. Parece que a gente estava vendo cenas da Guerra da Bósnia. Casas totalmente destruídas. Aviários e criações de porcos totalmente danificados. Árvores arrancadas, reflorestamentos inteiros destruídos. A força do vento era tal que nem o eucalipto, que é flexível, resistiu. Rachou e caiu no chão.

Tem muita gente desabrigada?

Não existem tantos desabrigados porque aqui há um grau de solidariedade muito grande e aqueles que não tiveram casas atingidas ou que tiveram casas menos atingidas estão abrigando os seus amigos, vizinhos, os seus parentes na sua casa.

Vai dar muito trabalho para reconstruir a região?

Vamos penar bastante. Contamos com recursos do governo federal, que o ministro Geddel (Integração Nacional) já nos assegurou, com recursos do governo do estado, das prefeituras e com a solidariedade das pessoas, que é muito grande. Temos ainda várias comunidades e cidades sem energia elétrica porque o vento foi de uma tal força de impacto que destruiu quatro torres de energia.

A previsão do tempo é de mais chuva e formação de temporal?

A previsão não é animadora para os próximos 15 dias. Agora houve trégua na chuva. Esperamos que a trégua se mantenha.

O dia foi de tentar recuperar o que sobrou do temporal?

Já começou o trabalho de reconstrução, inclusive das nossas escolas. Amanhã as empresas contratadas em situação de emergência já começam a reconstruir as quatro escolas e os dois ginásios de esportes que foram totalmente destruídos.

Como o senhor analisa esse novo desastre que se abateu sob o estado?

Isso é claramente consequência do aquecimento global. Você vê que Santa Catarina não tem razão de ser a vítima disso. Nós somos o estado mais florestado do país: 42% das nossas terras com cobertura florestal.

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