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O presidente do PT do Paraná, deputado estadual André Vargas, rechaçou nesta segunda-feira as afirmações dadas pelo ex-tesoureiro nacional do partido Delúbio Soares de que todas as campanhas petistas, de 2002 e 2004, utilizaram recursos não declarados à Justiça Eleitoral – o chamado caixa dois. Segundo Vargas, a direção nacional do partido "nunca nos ajudou nem com um grampo". "Não reconheço as declarações dele quanto ao Paraná", ressaltou o petista, apelidando o ex-tesoureiro de "Dilúvio Soares".

As declarações de Delúbio sobre caixa dois foram dadas na última sexta-feira ao procurador geral da República, Antônio Fernando de Souza, e também em entrevista à Rede Globo, no sábado. A exceção, segundo ele, seria a campanha do presidente da República, Luís Inácio Lula da Silva, em 2002 - que teria recebido apenas recursos regulares.

"Delúbio nunca tratou no Paraná de nenhuma conta, arrecadação ou despesa", garantiu André Vargas. O deputado disse ainda que a direção paranaense do PT sempre teve dificuldades para ser recebida pelo ex-ministro da Casa Civil José Dirceu e pelo ex-presidente do partido José Genoíno –"para discutir assuntos de partido e de governo".

Segundo o Jornal de Londrina desta terça-feira, Vargas alegou que, por ser crítico do governador Roberto Requião (PMDB) – tido como afinado com a antiga cúpula petista -, "Zé Dirceu e Genoíno também nunca nos deram muita atenção". "Não nos recebiam porque quem sempre esteve distante do Requião estava distante deles também", assinalou.

Repasses

Ontem, o PFL e o PSDB anunciaram que pedem hoje ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) a suspensão dos repasses de dinheiro do Fundo Partidário para o PT, estimado anualmente em R$ 35 milhões. A medida, segundo Vargas, não deve prejudicar as finanças do partido no Paraná. Mas ele criticou a iniciativa. "O PFL e o PSDB tinham que olhar as contas do ex-presidente Fernando Henrique (Cardoso) e de Serra (José Serra, prefeito de São Paulo), com despesas não declaradas. Nem por isso o PT pediu a suspensão dos repasses para os partidos deles", contra-atacou.

Segundo Vargas, "PSDB e PFL estão desesperados" e buscam atingir mortalmente o PT. "A campanha do Cassio Taniguchi (ex-prefeito de Curitiba) tinha entrada (de dinheiro) e saída de despesas não declaradas. Se o que dizem do PT for verdade, o crime do PT é igual ao do PFL e PSDB", atacou. "Querem criminalizar o PT por crimes que eles mesmo já cometeram." Para o presidente petista, as acusações que o partido enfrenta atualmente são fruto de "erros individuais" e não podem ser generalizadas. "Seria o mesmo que dizer que toda a Igreja é pedófila porque um ou outro padre é", comparou. Dizendo-se surpreso, Vargas observou que a atual faceta mostrada por Delúbio "é recente". "Não conhecíamos nada disso e sempre tratamos com ele à luz do dia. O que está aparecendo são ações obscuras", emendou.

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